O Banco Central negou, em nota publicada nesta quarta-feira, 19, que haja qualquer iniciativa para impor "censura ou cerceamento" à livre manifestação de seus diretores. A nota responde a uma informação divulgada mais cedo pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, segundo quem o BC estudaria a possibilidade de condicionar entrevistas de seus diretores a uma aprovação prévia do presidente da instituição, Roberto Campos Neto - o que poderia limitar as falas do novo diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, indicado pelo governo Lula e defensor de uma redução dos juros.
"Não existe e jamais existirá censura ou cerceamento de qualquer espécie à livre manifestação dos dirigentes do BC", diz a nota enviada pela autoridade monetária à imprensa. "Todo dirigente do BC tem pleno direito de expressar livremente suas opiniões nos canais que considerar adequados, sem necessidade de quaisquer autorização ou aprovação prévias."
Na nota, o BC afirma que os dirigentes do BC têm sido incentivados a se manifestar mais em público, o que seria visível pela maior frequência de entrevistas e pela recém-lançada live semanal da autarquia. Também destaca que suas regras internas para comunicação visam ampliar a transparência sobre a atuação do BC, evitar assimetria de informação entre agentes do mercado e balancear o atendimento a veículos de comunicação.
Segundo a autarquia, o processo para adoção de cada "aprimoramento" na sua comunicação segue o rito de análise prévia das propostas pelas áreas técnica e jurídica, aprovação pela diretoria colegiada, adoção por todos os dirigentes e implementação pelo departamento de comunicação e assessoria de imprensa. "Por fim, vale mencionar que as regras de comunicação do BC estão alinhadas e evoluem em linha com às de outros grandes bancos centrais que possuem longo histórico de autonomia", conclui a nota.