Austrália e União Europeia não chegaram a um acordo sobre livre comércio entre as partes, após reunião no domingo, 29, em Osaka, no Japão, onde ocorre o encontro do G7. As partes indicam que as demandas agrícolas impediram o avanço das negociações. Para o ministro da Agricultura australiano, Murray Watt, não deve ocorrer uma nova negociação antes das eleições parlamentares na Europa, em junho de 2024, e do pleito australiano, previsto para 2025, segundo informações do
The Guardian. De acordo com o jornal inglês, Austrália e União Europeia dizem que um e outro não estão dispostos a ceder. O ministro da Agricultura australiano disse que as negociações ocorrem desde 2018 porque a UE adotou "uma postura muito rígida", além de ser "um mercado muito protecionista no que diz respeito à agricultura". O país da Oceania busca mais espaço no mercado europeu para as exportações de carne bovina, ovina, laticínios e açúcar. Já o bloco europeu afirmou que "o lado australiano reapresentou demandas agrícolas que não refletiam as negociações recentes". Em nota, o ministro do Comércio australiano, Don Farrell, declarou que buscava um pacto que beneficiasse seu país, mas que isso não ocorreu. "As negociações continuarão e tenho esperança de que um dia assinaremos um acordo que beneficie tanto a Austrália como os nossos amigos europeus", escreveu. A Federação Nacional dos Agricultores da Austrália agradeceu a Farrell, dizendo que "o que estava em oferta teria incorporado o protecionismo em nosso relacionamento comercial com a Europa por mais uma geração". Além do mais, isso "teria deixado nossos agricultores em desvantagem em relação aos concorrentes da Nova Zelândia, Canadá e América do Sul", acrescentou.