Os fundos de investimento apresentaram captação líquida de R$ 49,8 bilhões em janeiro, o melhor resultado mensal desde abril de 2022, segundo dados divulgados hoje pela Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Assim, a indústria alcança um patrimônio líquido de R$ 8,415 trilhões.
"Hoje, o cenário macroeconômico está mais favorável para a recuperação da indústria de fundos. Com a expectativa de novas quedas na taxa de juros e a redução da inflação, a tendência é que os investidores direcionem, nos próximos meses, mais recursos para essa modalidade, em especial para os fundos com maior exposição a risco, como os multimercados e de ações", afirma Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima.
Por ora, no entanto, o resultado da indústria ainda vem sendo impulsionado principalmente pelo desempenho da classe de fundos de renda fixa, que registrou, em janeiro, captação líquida de R$ 67,3 bilhões, ante saída de R$ 47,5 bilhões em dezembro do ano passado.
Os tipos de fundos de renda fixa que mais atraíram recursos foram os que aplicam em títulos públicos de curto prazo (renda fixa duração baixa soberano), com captação de R$ 36,6 bilhões, e os que investem em ativos e derivativos de renda fixa (renda fixa duração livre grau de investimento), que receberam entradas líquidas de R$ 8,3 bilhões.
Os fundos de previdência registraram a segunda melhor captação líquida em janeiro, no valor de R$ 2,4 bilhões. Em seguida, aparecem os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), com saldo positivo de R$ 2,1 bilhões, e os Fundos de Investimento em Participações (FIPs), com R$ 705,2 milhões.
Já os fundos de ações registraram resgates líquidos de R$ 942,2 milhões em janeiro, ante uma captação positiva de R$ 20,1 bilhões em dezembro do ano anterior. Os fundos multimercados também sofreram regastes no valor de R$ 20 bilhões. Em dezembro de 2023, as perdas chegaram a R$ 30,7 bilhões.
Rentabilidade no mês
Entre todos os tipos de fundos, os cambiais apresentaram a melhor rentabilidade em janeiro, registrando ganho de 2,28%, em linha com a subida de 1,8% do dólar no período. Já na classe de renda fixa, o destaque esteve nos fundos de dívida externa, que atingiram rentabilidade de 1,73%.
Já a estratégia que alcançou melhor retorno entre os fundos multimercados foi along shortneutro (voltada a operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda variável, montando posições compradas e vendidas), com os produtos desse tipo registrando ganho de 1,34%. Neste mesmo período, todos os tipos de fundos de ações registraram rentabilidade negativa, acompanhando a queda do Ibovespa.