Alemanha: BC vê bancos do país com capital suficiente para cumprir novas normas da UE

Autor: Patricia Lara, especial para o Broadcast (via Agência Estado),
quinta-feira, 18/07/2024

O Bundesbank, o Banco Central da Alemanha, avalia que os bancos do país estão equipados com capital suficiente para fazer frente aos novos requisitos previstos no "pacote bancário", aprovado pelos parlamentares da União Europeia (UE) em junho deste ano.

"O Bundesbank espera, portanto, que os bancos não necessitem de qualquer capital adicional para cumprir os novos requisitos", avaliou o BC alemão, em nova parte de seu relatório mensal de julho, divulgada nesta quinta-feira. A autoridade monetária também não vê o financiamento da economia real em risco com a implementação das novas normas. Para o BC alemão, a longa fase de introdução dos novos regulamentos, até dezembro de 2032, contribuirá para que os bancos promovam as devidas adequações.

O Bundesbank estima que os requisitos de capital de todos os bancos alemães poderão aumentar cerca de 2% em 2030 e 7% em 2033. Isto corresponde a cerca de 25 bilhões de euros até 2033, diz o documento. "Isto é suportável para o mercado bancário alemão, uma vez que dispõe de capital próprio suficiente acima do requisito mínimo", observa o Bundesbank.

O pacote traz uma regulamentação bancária adaptada aos desafios atuais, enquanto a supervisão receberá novos poderes para monitorar melhor os novos riscos. O pacote englobou revisões na forma como são considerados os ativos ponderados pelo risco (RWA, na sigla em inglês), uma metodologia utilizada pelas instituições financeiras para calcular, de forma ponderada, a exposição de risco de seus ativos. As abordagens padrão de supervisão para o cálculo dos RWA foram revistas e o âmbito individual do banco para a utilização de procedimentos internos foi limitado, segundo o Bundesbank.

O pacote bancário contém inovações como a incorporação de riscos ambientais, sociais e de governança na regulamentação bancária. Além disso, serão criadas regras claras para os bancos de outros países que operam na UE, a supervisão bancária será reforçada e os requisitos de governança serão mais rigorosos.