Os investimentos estrangeiros diretos no Brasil, que financiam a produção no país, chegaram a R$ 80,98 bilhões (US$ 48,46 bilhões) em 2010, o maior valor da série histórica do Banco Central. Em dezembro, o resultado também foi recorde ao totalizar R$ 25,6 bilhões (US$ 15,36 bilhões).
Esses recursos ajudam a financiar os investimentos de empresas de vários setores no Brasil, o que pode levar ao aumento da produção e gerar mais emprego.
Em dezembro, o setor de exploração de petróleo e gás natural foi o que apontou a maior entrada de recursos, no valor de R$ 13,2 bilhões (US$ 7,9 bilhões), como explica o diretor de departamento econômico do Banco Central, Altamir Lopes.
- Tivemos uma operação que sozinha, em dezembro, totalizou US$ 7,1 bilhões [R$ 11,86 bilhões], que só acreditávamos que iria acontecer em 2011. Além de uma operação de US$ 1 bilhão na extração mineral e de US$ 1 bilhão na metalurgia [valores equivalentes a R$ 1,7 bilhão na cotação de hoje], o resto são investimentos difusos. Tínhamos uma expectativa de US$ 38 bilhões [R$ 63,5 bilhões] para o ano, que foi superada em US$ 10 bilhões [R$ 16,7 bilhões].
Os recursos foram direcionados para a petrolífera Repsol do Brasil. Em outubro deste ano, a companhia – maior de petróleo e gás na Espanha, que atua por aqui – anunciou um acordo com a Sinopec, a maior empresa do setor e de petroquímicos da China.
O objetivo do acordo é o desenvolvimento conjunto de projetos de exploração e de produção que a petroleira espanhola já possui no Brasil. Por isso, foi injetado esse dinheiro na empresa.
Por países, os maiores investidores no Brasil em dezembro foram Luxemburgo - um paraíso fiscal - com R$ 12,2 bilhões (US$ 7,32 bilhões), seguido por Holanda, com R$ 11,2 bilhões (US$ 6,69 bilhões). Os dois países também lideram o ranking do ano em investimentos no Brasil.
Para janeiro de 2011, a previsão do Banco Central é de que o investimento estrangeiro direto fique em R$ 3,34 bilhões (US$ 2 bilhões).