Pressão inflacionária é difícil de ignorar, diz China

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 27/10/2010

O Banco do Povo da China (PBOC, o banco central do país) afirmou hoje que os riscos futuros de inflação são em geral controláveis, mas observou que as pressões altistas sobre os preços ao consumidor são "difíceis de ignorar". As preocupações do mercado com uma desaceleração econômica diminuíram desde o segundo trimestre deste ano, mas é necessário permanecer vigilante sobre os aumentos de preço, disse o PBOC, em seu relatório trimestral de política monetária.

O renovado afrouxamento quantitativo em grandes economias do mundo vai guiar os preços internacionais dos bens de consumo, afirmou o banco central chinês. O PBOC disse ainda que os preços dos recursos básicos e a reforma da distribuição de renda na China serão acrescentados aos aumentos de preços no próximo ano.

O banco central chinês disse ainda que a desaceleração do crescimento na Europa, nos EUA, no Japão e em outras grandes economias no segundo semestre deste ano vai enfraquecer o aumento das exportações da China, especialmente porque essas economias são responsáveis por mais de 46% das vendas totais chinesas quando o comércio encaminhado indiretamente por meio de Hong Kong é incluído. Mas o efeito sobre as exportações chinesas será limitado, acrescentou o PBOC.

Imóveis

O governo chinês também prometeu hoje limitar o forte aumento dos preços dos imóveis em algumas cidades e promover um desenvolvimento firme e saudável do mercado imobiliário no restante deste ano. Um comunicado do conselho estatal, o gabinete de governo da China, divulgado após uma reunião presidida pelo primeiro-ministro Wen Jiabao, destacou a determinação do governo de controlar os preços dos imóveis nas grandes cidades, que são vistos cada vez mais como um problema social e econômico.

Refletindo a preocupação com o aumento dos preços dos alimentos, o gabinete também disse que o governo pretende manter os preços das commodities rurais basicamente estáveis. A China precisa manter a produção e a oferta ao mercado de itens "essenciais à vida", especialmente vegetais e outros alimentos, e acabar com o armazenamento e os acordos sobre preços entre empresas, disse o comunicado.

A inflação ao consumidor subiu 3,6% em setembro, em comparação com o mesmo mês de 2009, acima da meta do governo para todo o ano, de cerca de 3%. Ela foi puxada principalmente pelos maiores preços dos grãos gerados pelo clima ruim e pelas inundações ocorridas durante o verão local. As informações são da Dow Jones.