Ainda que o Natal e o Réveillon estejam longe no calendário, alguns brasileiros já começaram a planejar a viagem de fim de ano. Reservar a casa da praia com antecedência pode deixar a diária até 20% mais barata, sobretudo em cidades onde a oferta de imóveis é menor. Entretanto, antes de fechar o contrato, especialistas recomendam cuidados para evitar transtornos e aborrecimentos durante as férias.
Normalmente, o valor da diária sobe 20% de um ano para o outro, explica o presidente do Creci-SP (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo), José Augusto Viana Neto.
- Se a pessoa alugar o imóvel agora, fora do verão, vai praticar preços do ano passado. Isso significa uma economia de, pelo menos, 20%, podendo ser maior, dependendo da negociação. Além do alívio no bolso, o inquilino se beneficia ainda da possibilidade de escolher o imóvel, já que a disponibilidade é maior.
No litoral norte de São Paulo, a procura por imóveis para o fim do ano já aquece o mercado. Conforme se aproxima a data, as opções de casas para locação diminuem, e os proprietários colocam o preço que querem, explica Cláudio Izidoro Santos Filho, da imobiliária Litoral Norte, que fica em Juqueí, em São Sebastião.
- A diária de uma casa segura, com quatro dormitórios e bem localizada custa, em média, R$ 1.000. Mas se o interessado alugar com antecedência, o preço pode cair até 20% porque ainda há muitos imóveis disponíveis. É uma questão de negociação.
Em Florianópolis (SC), a procura por casas e apartamentos também já está em alta. Em Jurerê Internacional, uma das praias mais badaladas da capital catarinense, o preço da diária varia de R$ 350 a R$ 12 mil (dependendo do padrão), mas esse valor pode cair porque a cidade tem muitos imóveis disponíveis, explica a gerente da imobiliária Jurerê Beach Imóveis, Adriana Silva.
- Normalmente, com um prazo maior para a alta temporada, os donos dos imóveis pedem o valor que querem, mas, se eventualmente não alugam até o final de novembro, abaixam o preço. [Em Florianópolis], não faz muita diferença alugar antes. O que muda é a oportunidade de escolher o melhor imóvel.
O pagamento do valor integral da locação também pode gerar um desconto para o inquilino, explica Ivo Steinhaus, proprietário da imobiliária Steinhaus, de Florianópolis. Apesar do maior poder de compra do brasileiro, o empresário espera movimento moderado para este ano, “parecido com o do final de 2009”.
- Como trabalhamos com um público classe A, é possível que o dólar baixo leve o turista para o exterior [e afete o turismo local].
Nesta sexta-feira (22), a moeda americana fechou em alta, valendo R$ 1,70. Neste ano, o dólar acumula queda de cerca de 2,5%, mas foi no ano passado que a moeda perdeu força diante do real, com mais de 25% de desvalorização. Com isso, viajar para o exterior pode ser vantajoso para o brasileiro.
No litoral de São Paulo, entretanto, a valorização do real não deverá ser um problema. Isso porque o turista que costuma viajar para o exterior não é o mesmo que vai para as praias do Estado, diz Viana Neto.
- O dólar baixo só deverá atingir o litoral norte, já que o veranista que frequenta aquelas praias tem um poder aquisitivo maior.