SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O conselho de administração da Renault deu aval para um novo mandato do presidente-executivo, o brasileiro Carlos Ghosn.
Ghosn, que comanda a Renault desde 2005, completa 64 anos em março, e seguiu a indicação do conselho designando Thierry Bolloré como diretor-geral adjunto do grupo para ser o número dois do grupo.
A decisão pela permanência de Ghosn por um período de mais quatro anos precisa ser submetida a assembleia geral de acionistas, que acontece em junho.
Para seguir a frente do grupo, o brasileiro aceitou reduzir seus ganhos em 30%, afirmou o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire.
O grupo controla cinco marcas de automóveis (Renault, Dacia, Renault Samsung Motors, Alpine e Lada) e vendeu 3,76 milhões de unidades no ano passado. Tem também uma parceria, chamada de aliança com as japonesas Nissan e Mitsubishi.
LUCRO RECORDE
Nesta sexta-feira (16), a montadora francesa Renault reportou vendas e lucro recorde em 2017.
As ações da companhia avançavam, depois que a Renault anunciou um aumento de 17% no lucro operacional de 2017, para 3,854 bilhões e de 17,7% na receita anual, para 58,77 bilhões.
O resultado superou as expectativas de analistas de lucro operacional de 3,65 bilhões, com base na mediana de 14 projeções coletadas em levantamento da agência Reuters. Já a receita ficou ligeiramente abaixo do consenso de 59,25 bilhões.
"Fomos surpreendidos positivamente pela qualidade do resultado", disse Arndt Ellinghorst, analista da Evercore, acrescentando que a redução do custo de produção mais que triplicou para 663 milhões.
O lucro operacional da divisão automotiva, sem considerar o negócio recentemente consolidado AvtoVAZ na Rússia, cresceu 15,2%, para 363 milhões.
A companhia elevou a proposta de distribuição de dividendos em 12,7%, para 3,55 por ação, e prometeu manter sua margem operacional acima de 6% em 2018, apesar do agravamento dos efeitos cambiais que reduziram em 303 milhões o lucro anual.