DANIELLE BRANT
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Octavio de Lazari Junior, escolhido pelo conselho de administração do Bradesco para substituir Luiz Carlos Trabuco na Presidência Executiva do banco a partir de março, avalia que, atualmente, no há oportunidades de compra que façam sentido para o banco no pais.
Em entrevista concedida na tarde desta segunda (5), na sede administrativa do banco, na Cidade de Deus, em Osasco (SP), Lazari, 54, afirmou que o último grande negócio no mercado era o HSBC, comprado pelo Bradesco em 2015.
"Não há nada para ser adquirido. O último grande negócio que existiu foi o que o Bradesco comprou. No há nada mais no radar para a gente comprar, até porque continuamos a aproveitar melhor todas as eficiências e oportunidades que esse banco trouxe para nós. A gente precisa avaliar", disse Lazari.
Segundo ele, que seguir à frente da Bradesco Seguros, o banco continuar crescendo pelo ganho de eficiência, com corte de custos e aumento de receitas para compensar a queda na taxa de juros. Lazari também afirmou que o banco manter as antenas voltadas para o Brasil, e no pensa em internacionalização no momento.
"A gente tem muito claro nosso trabalho com o povo brasileiro, temos nossos negócios aqui. Temos muita coisa para fazer no Brasil, é um país de dimensões continentais, então temos muitos negócios a fazer aqui", disse.
O conselho de administração do banco anunciou nesta segunda o nome de Lazari para substituir Trabuco no cargo. A troca ocorreu após Lázaro Brando deixar a presidência do conselho de administração do segundo maior banco privado do país, que passou a ser acumulada por Trabuco.
A partir de março, Trabuco ocupar somente a presidência do conselho do banco.
TROCA
Além da escolha de Lazari, o Bradesco anunciou outras mudanças em sua estrutura nesta segunda. Quatro vice-presidentes foram indicados para compor o conselho de administração da instituição.
Domingos de Abreu, Alexandre Glher, Josu Augusto Pancini e Maurcio Machado de Minas terão os nomes submetidos para deliberação de acionistas na próxima assembleia ordinária do banco, marcada para 12 de março.
Pelo estatuto do banco, o conselho pode ter três conselheiros acumulando função executiva, o que significa que alguns dos vice-presidentes no precisarão deixar o posto.
Abreu, assim como Trabuco, havia sido denunciado na Operação Zelotes, em processo que investigava pagamento de propinas a lobistas para resolver pendências com a Receita. Ele era apontado como um dos fortes candidatos a substituir Trabuco até o episódio. A Justiça decidiu trancar a ação penal.
Segundo o atual presidente do Bradesco, a operação no pesou na escolha de Lazari para o cargo.
"Não teve nada das operações. É um processo em julgamento e reafirmamos que a organização reafirma o que tem reafirmado nas notas com relação a interpretação desses fatos", afirmou Trabuco.
"Dentre os vice-presidentes sairia o presidente, era o local ideal para fazer esse processo. Todos têm boas condições, mas foi feito um trabalho de escolha, ressaltou. Em janeiro, o Octavio foi adquirindo o consenso do conselho, dos atuais conselheiros, para que tivéssemos a escolha do Octavio. A pesou a experiência horizontalizada e as condições de manter o grupo alinhado na mesma direção."
Trabuco afirmou que Lazari dar continuidade à tradição de construção e à cultura do banco, sem disrupção. "É um banco de carreira, de especialização, não é trivial. Temos de renovar num processo sem ruptura. Poucas empresas do mundo talvez fossem capazes de pegar quatro vice-presidentes e com muita harmonia transformá-los em conselheiros. Precisamos preservar esse espírito", afirmou.
Já Lazari afirmou que o Bradesco continuar sendo um banco com o olhar voltado para o futuro, mas com os pés fincados no presente.
Na assembleia, também ser proposta a uniformização de idade para todos os executivos do banco. O limite ser de 65 anos para ocupar um cargo de direção.
AGENDA POSITIVA
Na coletiva, os executivos comentaram também as perspectivas para a economia brasileira e o cenário político. Segundo Lazari, existe uma congruência de opiniões dos candidatos sobre a necessidade de aprovar a reforma da Previdência para que o país retome o equilíbrio fiscal.
"A agenda positiva é igual independentemente do candidato. A gente sabe que temos que trabalhar a reforma previdenciária, a política, a fiscal, e isso está na pauta, independentemente de quem seja o candidato", afirmou.
"Essa certeza, essa absoluta convicção, acho que qualquer um dos candidatos que vier a concorrer j tem isso como uma premissa básica do que precisa ser feito."
Ele disse esperar que "saia alguma coisa" da reforma da Previdência que ser votada pelo Congresso daqui a duas semanas. "No há alternativa. Pode ser que no seja feito tudo de uma vez, mas que seja um passinho de cada vez. Mas ela precisa ser feita.