Contas externas fecham 2017 com saldo negativo de US$ 9,8 bilhões

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 26/01/2018

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As contas externas fecharam 2017 com saldo negativo. O deficit em transações correntes, que são as compras e as vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo, ficou negativo em US$ 9,8 bilhões, informou nesta sexta (26) o Banco Central. O valor equivale a 0,48% do PIB (Produto Interno Bruto). As informações são da Agência Brasil.

O deficit ficou acima da última estimativa do BC para o ano. Em dezembro, a projeção para o deficit em transações correntes neste ano foi reduzida de US$ 16 bilhões para US$ 9,2 bilhões. O valor de 2017 ficou abaixo do ano passado. Em 2016, o deficit foi de US$ 23,5 bilhões. Foi o menor desde 2007, quando o país registrou resultado positivo de US$ 408 milhões. Em 2008, o país começou a apresentar deficit, com US$ 30,6 bilhões negativos.

No ano, a balança comercial ajudou a reduzir o deficit, ao apresentar superavit de US$ 64 bilhões. Por outro lado, a conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) apresentou resultado negativo de US$ 33,8 bilhões.

A conta de renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) teve deficit de US$ 42,6 bilhões. A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) ficou positiva em US$ 2,6 bilhões.

Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir esse déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o investimento direto no país, porque recursos são aplicados no setor produtivo do país. Em 2017, esses investimentos chegaram a US$ 70,3 bilhões, valor inferior aos US$ 78,2 bilhões de 2016.