Petrobras muda política, e reajuste do gás de cozinha será trimestral

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 18/01/2018

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Petrobras anunciou que passará a reajustar o valor do gás de cozinha trimestralmente, em vez de todos os meses, alterando a política de preços que vigorou entre junho e dezembro de 2017.

De acordo com a estatal, a mudança visa "suavizar os repasses da volatilidade dos preços ocorridos no mercado internacional para o preço doméstico". Pedro Parente, presidente da companhia, disse que a decisão é "puramente empresarial".

Segundo a política em vigor até então, a estatal reajustava os valores de acordo com as cotações do butano e do propano (usados para fazer o gás de cozinha) no Leste Europeu, além de uma margem de lucro para a estatal.

Isso provocou uma disparada no preço do produto, que subiu, no ano passado, 67,8% nas refinarias para envase em botijões de 13 quilos, usado em residências. O gás para botijões chegou a ficar congelado por 13 anos, como estratégia dos governos petistas para segurar a inflação.

Para o consumidor final, o gás ficou 16% mais caro em 2017, segundo o IBGE, e foi um dos vilões do orçamento dos brasileiros no ano.

Aumento maior do que esse só em 2002 (34%, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo). Naquele ano, assim com em 2017, a Petrobras inaugurou uma política de acompanhamento mais próximo das cotações internacionais dos combustíveis.

Segundo pesquisa Datafolha, duas em cada três pessoas com mais de 16 anos (67%) avaliam que o gás de cozinha compromete muito o orçamento familiar.

A maioria absoluta (86%) avalia que o preço subiu muito nos últimos seis meses anteriores à pesquisa, realizada no fim de novembro.

NOVO PREÇO

A partir desta sexta (19), o preço do GLP será reduzido em 5% nas refinarias, com base em novos critérios definidos pela Petrobras. "A referência continuará a ser o preço do butano e propano comercializado no mercado europeu, acrescido de margem de 5%", afirmou a estatal.

Agora, os reajustes serão feitos todo dia 5 do início de cada trimestre -o próximo, portanto, deverá ocorrer em 5 de abril. Além disso, o período de apuração das cotações e do câmbio que definirão o ajuste será a média dos doze meses anteriores ao período de vigência, e não mais a variação mensal.

Outra mudança é a necessidade de autorização do Grupo Executivo de Mercado e Preços (formado pelo presidente da Petrobras e por diretores) para reajustes acima de 10%. O grupo também pode decidir não aplicar um reajuste integralmente, caso ele seja muito elevado, e alterar a data do aumento (ou queda).

Se o reajuste não for passado integralmente, as diferenças acumuladas em um ano serão ajustadas pela Selic (a taxa básica de juros) e compensadas por meio de uma parcela fixa acrescida ou deduzida aos preços praticados no ano seguinte.