SYLVIA COLOMBO
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - O presidente argentino, Mauricio Macri, abriu na manhã desta terça-feira (12), o fórum empresarial que ocorre dentro da 11ª reunião da OMC (Organização Mundial do Comércio), colocando o foco na discussão sobre comércio eletrônico. Ao lado do diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, Macri voltou a ressaltar que a Argentina está mostrando a intenção de abrir-se ao mundo e que quer fazer isso "de mãos dadas à tecnologia, e com mais comércio, não menos comércio".
Sem ter se envolvido muito em outras discussões, a única em que o mandatário realmente se engajou parece ter sido esta. Na segunda-feira (11), quando as plenárias do hotel Hilton de Puerto Madero, onde ocorre o evento, estavam lotadas de autoridades e empresários, Macri recebia tranquilamente na Residência de Olivos (a residência oficial) a apenas um deles, o chinês Jack Ma, criador do site de compras eletrônicas Alibaba. Ma já esteve várias vezes em Buenos Aires, para visitar Macri e o empresário local Marcos Galperín, criador do Mercado Livre.
Em sua intervenção na manhã desta terça (12), Macri disse que a tecnologia associada a um comércio com regulação inteligente poderia criar várias oportunidades de trabalho.
Na sua vez de falar, Ma também defendeu uma regulamentação inteligente. "Há alguns anos em Pequim queriam criar regras estritas para a internet, eu me posicionei contra, e veja o resultado, hoje uma companhia como Alibaba, que foi criada entre oito amigos, gera 30 milhões de postos de trabalho com oportunidades para as pequenas e médias empresas e estamos mudando a maneira de fazer comércio na China, um país que pratica o comércio há milênios".
Ma também criticou a tendência ao protecionismo a que "vários países vêm se abraçando, porque pensam que perderam oportunidades por causa da abertura comercial. Há um temor que é natural, pois sempre que houve uma revolução tecnológica, empregos desapareceram. Só que surgiram muitos mais. Portanto não há o que temer. A tecnologia veio para ajudar o homem, não para destruí-lo."