ATUALIZADA - EUA barram entrada de carne fresca brasileira

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 22/06/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O setor produtor de carne do Brasil sofreu um novo baque nesta quinta-feira (22), depois que o governo americano anunciou a suspensão de todas a compra da carne bovina "in natura" do país, devido a preocupações relativas à sanidade do produto.

Segundo o Departamento da Agricultura dos EUA, desde março deste ano, após a Operação Carne Fraca (envolvendo fiscais sanitários), o país barrou 11% das carne bovina "in natura" exportada pelo Brasil.

Uma das consequências da operação da PF é que os EUA passaram a investigar 100% da carne brasileira que quer entrar no país.

Essa taxa de reprovação, ainda segundo o governo dos EUA, é muito maior do que a média global: de 1%.

O mercado americano só se abriu para o produto brasileiro no ano passado e ainda é pouco relevante para as exportações do país. Porém, mais importante que o tamanho atual é o impacto futuro, já que os EUA não são apenas um grande consumidor de carne como a imagem brasileira sofre novo abalo.

Esse tranco vem logo após o segmento sofrer as consequências das operações da Polícia Federal, da delação premiada dos donos da JBS e da volta da cobrança de Funrural e de ICMS no setor.

"É um prejuízo intangível e afeta principalmente a consolidação e a imagem do setor", diz Antonio Camardelli, presidente da Abiec (Associação Brasileira da Indústrias Exportadoras de Carnes).

Camardelli diz que a carne "in natura" brasileira foi recusada nos EUA devido a abcessos provocados por reação de animais à vacina aftosa.

Além do produto que já foi recusado pelos norte-americanos, o Brasil tem pelo menos 150 contêineres no mar indo em direção aos Estados Unidos.

Uma das saídas, segundo o presidente da Abiec, é a continuidade de estudos para a retirada da vacinação do gado brasileiro. Isso, no entanto, demanda um tempo e acompanhamento do Ministério da Agricultura, que é quem fiscaliza a carne exportada e libera as vacinas.