Endividado que mora sozinho prefere cortar luz a gastar menos com roupa

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 14/06/2017

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - De um lado, a liberdade de reinar absoluto sob seu próprio teto. De outro, a responsabilidade por manter esse teto de pé (e com energia elétrica, água, gás e internet).

Embora esse seja o grande dilema de quem deseja morar sozinho, apenas 8 em cada 10 pessoas que partiram para a carreira solo se planejaram financeiramente para isso. Resultado: um quarto está endividado.

A conclusão é de pesquisa feita pela SPC Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgada na terça-feira (13), que ouviu 600 pessoas que moram sozinhas nas 27 capitais brasileiras.

Atualmente, cerca de 10 milhões de brasileiros moram sozinhos, segundo o IBGE -um crescimento de 40% nos últimos dez anos.

Socializar é a atividade que mais afeta o orçamento dos solitários: bares, restaurantes e baladas são as compras que mais pesam no bolso para 28% dos entrevistados, ao lado de peças de vestuário -prioridades previsíveis para alguém solteiro ou solteira.

Há algumas escolhas menos lógicas, porém. Quem está endividado prefere até reduzir os gastos com energia elétrica (31%) antes de moderar a despesa com compra de roupas e sapatos (27%).

Assim, não é surpresa que a fatura atrasada do cartão de crédito e de lojas seja a principal dívida de quem está no vermelho. Em média, eles devem R$ 1.500 na praça.

Quando a coisa aperta nas contas do mês, o ajuste começa por comprar coisas mais baratas (24%), pedir dinheiro emprestado a amigos ou familiares (22%) ou cortar na carne e na TV, reduzindo gastos com compras no supermercado e assinatura de pacotes de canais a cabo.

Entre quem já está endividado, a primeira solução buscada é parcelar o saldo devedor -embora 40% dos que estão nessa situação tenham respondido que não estão fazendo nenhuma economia para resolver a situação.

A pesquisa não questionou quanto é gasto com Netflix ou ração para gatos.

De modo geral, quase 7 em cada 10 dos entrevistados disseram não ter nenhum dinheiro guardado. Entre quem tem, a modalidade mais comum é a poupança, reservada principalmente para imprevistos (31%), viagens (19%) e aposentadoria (17%).

Quase um quarto, contudo, não tem nenhuma motivação específica para a reserva que acumulam, sendo que 78% nem sequer sabem quanto têm guardado.