Temer vai exonerar ministros para votarem a favor da nova Previdência

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 24/04/2017

LAÍS ALEGRETTI E GUSTAVO URIBE

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Com dificuldade de garantir o apoio necessário para aprovação da reforma da Previdência, o presidente Michel Temer comunicou nesta segunda-feira (24) que irá exonerar temporariamente os ministros que são parlamentares para que eles votem a favor da proposta.

"O presidente entendeu que deveria, no momento oportuno, exonerar todos os ministros que têm atuação de liderança junto às bancadas parlamentares", anunciou o ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, após reunião de Temer com ministros.

Segundo ele, são "12 ou 14" ministros que podem reforçar os votos a favor do Palácio do Planalto no Congresso.

Questionado sobre se os parlamentares poderiam ser punidos se as bancadas das quais fazem partes tivessem votos contrários à proposta do governo, Imbassahy respondeu: "Não existe isso".

Outra medida anunciada pelo presidente, de acordo com Imbassahy, foi que os ministros devem evitar viagens para que possam atender parlamentares em Brasília. Além disso, as reuniões não deverão ocorrer em momento em que haja votação nos plenários do Congresso Nacional.

Ao explicar que a exoneração dos ministros não será necessária para a votação da reforma trabalhista, Imbassahy indicou que a insegurança maior do Palácio do Planalto é com a reforma da Previdência, que é uma proposta que altera a Constituição e precisa de 308 votos na Câmara.

"A trabalhista, a avaliação que está sendo feita é que é uma votação mais segura", disse.

Nos bastidores, a expectativa realista feita por auxiliares e assessores presidenciais é de um placar apertado no plenário da Câmara, de cerca de 320 votos a favor da reforma da Previdência.

O ministro Mendonça Filho (Educação) evitou dar uma previsão de data para a votação na Câmara. "Previsão de data não pode ser fixada pelo Executivo", afirmou. A previsão do governo era que a votação em primeiro turno ocorresse na segunda semana de maio. Depois, o texto ainda tem de passar pelo Senado.