Dólar sobe a R$ 3,14 com exterior; Bolsa recua após 6 altas seguidas

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 30/03/2017

EULINA OLIVEIRA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar comercial fechou em alta de 0,89%, a R$ 3,1450, seguindo o comportamento do câmbio no exterior.

A moeda americana se fortaleceu frente às principais moedas e os índices na Bolsa de Nova York subiram com a revisão do crescimento anualizado do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos do quatro trimestre de 2016 para 2,1%, ante 1,9% na leitura anterior. Analistas consultados pela Bloomberg esperavam que o indicador ficasse em 2%.

Além disso, dirigentes do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) sugeriram que pode ser necessário elevar os juros em ritmo mais rápido do que o mercado espera.

"No cenário doméstico, a formação da Ptax do último pregão do mês, nesta sexta-feira (31), está influenciando na alta da moeda americana", afirma o diretor da mesa de câmbio da corretora Multi-Money, Durval Correa. A taxa, calculada pelo BC, serve como referência para a maioria dos contratos de câmbio.

Pela manhã, o Banco Central fez a rolagem de mais 10 mil contratos de swap cambial que vencem no início de abril, no montante de US$ 500 milhões. A operação equivale à venda futura de dólares.

BOLSA

O Ibovespa fechou em queda de 0,40%, aos 65.265,98 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,9 bilhões.

Segundo operadores, investidores aproveitaram para vender ações, embolsando os lucros obtidos após seis sessões seguidas de alta.

As ações PN da Petrobras fecharam estáveis e as ON caíram 0,39%. Os papéis da Vale recuaram 0,79% (PNA) e 0,03% (ON).

Entre os bancos, Itaú Unibanco PN perdeu 1,17%; Bradesco PN, -0,63%; Santander unit, +1,87%; e Banco do Brasil ON, -0,87%.

A decisão do governo de bloquear de R$ 42,1 bilhões de despesas previstas no Orçamento e a oneração da folha de pagamento de cerca de 50 setores para cumprir a meta de chegar ao fim do ano com um deficit de R$ 139 bilhões não teve impacto claro no mercado financeiro.

"A decisão do governo de contingenciar gastos é bem vista e confirma o compromisso do governo com transparência e credibilidade, evitando aumento de alíquotas e impostos", escrevem analistas da Lerosa Investimentos, em relatório.

"Este é o ponto positivo. Já o negativo é o fato de que empresas antes beneficiadas com a desoneração passam a ter que pagar mais impostos, podendo prejudicar a recuperação econômica em ambiente já difícil", acrescentam.