Vale sobe 4% e impulsiona Bolsa, que ganha 1,33%; dólar tem leve alta

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 13/03/2017

EULINA OLIVEIRA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A alta do minério de ferro na China e as perspectivas mais favoráveis para a economia chinesa impulsionaram as ações de mineradoras e siderúrgicas no mundo nesta segunda-feira (13).

No Brasil, as ações da Vale fecharam com ganhos de 4,01% (PN) e 4,59% (ON) e deram a maior contribuição para o Ibovespa a fechar em alta de 1,33%, aos 65.534,30 pontos.

Os investidores repercutiram ainda declarações do diretor do Centro de Pesquisa de Desenvolvimento do Conselho de Estado da China, Li Wei, de que a segunda maior economia do mundo e principal mercado da Vale está em uma base mais estável.

Entretanto, o giro financeiro do Ibovespa foi de R$ 5,7 bilhões, menor do que nas sessões anteriores, evidenciando a cautela dos investidores antes da decisão de política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), na próxima quarta-feira (15).

Por causa do clima de maior aversão ao risco, somente em março, até o dia 9, os investidores estrangeiros retiraram R$ 2,065 bilhões da Bolsa. No acumulado do ano, porém, o saldo de capital externo na Bovespa está positivo em R$ 4,819 bilhões.

O mercado dá como certa a elevação dos juros americanos em 0,25 ponto percentual, para uma faixa entre 0,75% e 1,00% ao ano, nesta quarta-feira.

Na ocasião, o Fed revisará suas projeções para a economia dos Estados Unidos. O BC americano prevê atualmente três aumentos dos juros em 2017. Uma eventual mudança para cima nesta estimativa deverá mexer com os mercados, e o dólar vai se valorizar mais.

Isso porque juros maiores tornam a maior economia do mundo ainda mais atrativa para investimentos, em detrimento de outros mercados, especialmente emergentes.

"É mais razoável o Fed subir os juros agora e não alterar a projeção de altas para o ano", comenta José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos, em relatório.

Para o especialista, é mais plausível que o BC dos Estados Unidos mude suas projeções a partir da reunião de junho, "quando o mercado e o próprio Fed conheceriam mais dados econômicos e as propostas do presidente Donald Trump."

As ações da Petrobras subiram 0,42% (PN) e 0,95% (ON). No setor financeiro, Itaú Unibanco PN encerrou em alta de 1,81%; Bradesco PN, +1,25%; Banco do Brasil ON, +1,07%; e Santander unit, +1,96%.

Os papéis da Cemig lideraram os ganhos do índice, com +4,84%. Segundo a agência Reuters, a estatal mineira de energia planeja vender uma participação majoritária em duas unidades e listá-las nas Bolsas em São Paulo e Nova York nos próximos meses.

CÂMBIO E JUROS

Diante da ansiedade de investidores em relação à reunião do BC dos EUA, o dólar fechou em leve alta ante o real. O dólar comercial subiu 0,25%, a R$ 3,1530.

Operadores citam também uma certa cautela no cenário doméstico, com o mercado à espera da divulgação da lista de políticos que podem ser investigados por causa das delações premiadas da Odebrecht.

Os juros futuros negociados na BM&FBovespa fecharam em queda pelo segundo pregão seguido, refletindo a inflação oficial, IPCA, de fevereiro menor que a esperada e a projeção de taxa básica de juros (Selic) a 9% no fim deste ano, conforme o Boletim Focus, do Banco Central.

No mercado de juros futuros, investidores buscam proteção contra flutuações dos juros negociando contratos para diferentes vencimentos.