Micro e pequenas empresas paulistas faturam mais no semestre

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 20/08/2010

O faturamento real (descontada a inflação) das micro e pequenas empresas cresceu 10,7% no primeiro semestre de 2010, em relação ao mesmo período de 2009, mostra a Pesquisa de Conjuntura do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), divulgada nesta sexta-feira (20).

Para os analistas da entidade, o resultado mostra recuperação diante dos impactos da crise econômica mundial no ano passado.

O estudo tem como base dados de 2.716 empresas do Estado de São Paulo, dos setores de Indústria, Comércio e Serviços.

O setor mais atingido pela crise, a indústria, teve a maior alta na comparação entre semestres, de 19,7%. Serviços (11,5%) e comércio (7,1%) também tiveram incremento no faturamento.

A região com maior alta no faturamento nessa comparação foi o interior (11,7%), seguido pela capital (10%) e pela Região Metropolitana (9,7%). No Grande ABC, o crescimento foi de 8,7%.

Na comparação mensal, de maio a junho de 2010, o faturamento real caiu 3,7%, mas, na anual, de junho de 2009 a junho de 2010, subiu 5,6%.

A pesquisa relaciona a queda das receitas de maio a junho ao aquecimento do comércio em maio, para a compra de presentes para o Dia das Mães, e ao desaquecimento em junho, por conta da interrupção das atividades em três dias úteis do mês, para jogos da Copa do Mundo.

Junho de 2010 foi o nono mês consecutivo, na comparação anual (em relação ao mesmo mês do ano anterior), com aumento na receita real das micro e pequenas empresas. Em junho, a receita total dessas companhias ficou em R$ 23,5 bilhões. De maio a junho, houve redução de R$ 905 milhões. De junho de 2009 a junho de 2010, aumento de R$ 1,2 bilhão.

Expectativa

Os micro e pequenos empresários mostraram-se otimistas com o futuro - 40% acreditam na manutenção do faturamento de suas empresas pelos próximos seis meses e 34% esperam um aumento das receitas. O otimismo mantém-se na hora de avaliar a economia brasileira. Para 39% dos entrevistados, o nível de atividade nos próximos seis meses ficará estável. Enquanto que 34% acreditam que crescerá.

O nível de incerteza ficou "elevado", na opinião dos pesquisadores - 25% dos empresários não sabe como evoluirão as receitas da empresa nos próximos seis meses - segundo a pesquisa.

- É provável que os aumentos nos juros básicos da economia tenham contribuído para a incerteza sobre o futuro. Os aumentos podem refrear o ritmo de crescimento da economia e, portanto, das vendas das micro e pequenas empresas.