Ainda não vemos recuperação da aviação no Brasil, diz associação

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 09/12/2016

FABRÍCIO LOBEL, ENVIADO ESPECIAL

GENEBRA, SUÍÇA (FOLHAPRESS) - O diretor geral da Iata (associação internacional de transporte aéreo) falou na manhã desta sexta (9) sobre a dificuldade enfrentada pelas companhias aéreas brasileiras, devido à crise econômica no país. Segundo Alexandre de Juniac, o ano de 2017 deverá ser conturbado para as empresas aéreas do país.

"Nós não vimos ainda sinais muito positivos vindos da indústria [aérea no Brasil], pois isso está basicamente ligado ao crescimento da economia, que também depende da estabilidade política", disse.

Um dos indicadores do momento delicado pelo qual passam as companhias brasileiras são os 15 meses de queda da demanda no setor.

Para Juniac, nem mesmo a mudança de governo no país mudou a perspectiva para o setor. "A política econômica do novo governo e do novo presidente não está totalmente clara". Além disso, analisa o executivo, o presidente Michael Temer tem outros desafios, referindo-se à crise política dentro seu governo.

Segundo o diretor da Iata, para a aviação no Brasil existem dois pontos importantes que devem ser resolvidos. O primeiro é que as taxas são muito altas. O segundo é que a noção de direito do consumidor no país está desequilibrada a favor do consumidor.

"Nós entendemos o direito do consumidor, nós temos que protegê-lo. Mas temos que encontrar o equilíbrio certo entre proteger o consumidor e não colocar muita pressão sobre as companhias aéreas".

Um dia antes, a Iata já havia classificado o momento vivido pela aviação brasileira como uma tempestade perfeita.

Números da associação mostram a redução no Brasil de 12% da oferta no mercado doméstico e de 4% no mercado de voos internacionais. Enquanto isso, nos últimos anos, os custos operacionais cresceram 24%, enquanto a receita das empresas no país aumentaram apenas 3,7%.

O jornalista Fabrício Lobel viajou a Genebra a convite da Iata