Produção de veículos no Brasil cai 18,5% no acumulado do ano

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 06/10/2016

FERNANDA PERRIN

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A produção de veículos recuou 18,5% no acumulado de janeiro a setembro deste ano frente ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados nesta quinta (6) pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

O número indica uma leve melhora da crise no setor. Em agosto, a queda no acumulado no ano havia sido de 20,1%.

Outros fatores que influenciaram o resultado, de acordo com Antônio Megale, presidente da Anfavea, foram a paralisação na produção de uma das associadas da entidade e a greve dos bancos, que levou o percentual de financiamentos de veículo cair para 51,9% -um dos valores mais baixos da série histórica.

Em comparação com setembro de 2015, a retração no mês foi de 2,2%. Em agosto, a variação anual havia sido de 18,4% -puxada pela paralisação na produção da Volkswagen por problemas com fornecedor.

Em números absolutos, a produção em setembro foi de 170,8 mil unidades. Com a reorganização da Volkswagen, a entidade espera que esse número supere as 200 mil unidades nos próximos meses.

Em relação ao mês anterior, a queda foi de 3,9%.

As vendas, por sua vez, encolheram 22,8% no acumulado de janeiro a setembro em comparação ao mesmo período do ano passado. Em relação a setembro, a queda foi de 20,1% e, em relação ao mês anterior, de 13%.

Para Megale, os resultados mostram uma tendência de estabilização, mas ainda não indicam melhora no setor automobilístico. A recuperação vai depender da queda da taxa de juros e do avanço de medidas econômicas de ajuste fiscal, como aprovação da PEC do teto de gastos, segundo a entidade.

O mercado de automóveis como um todo continua caindo, mas a venda de veículos novos e seminovos voltou a crescer, diz Megale. Outro segmento que teve resultado positivo foi o de máquinas agrícolas, cujas vendas cresceram 22,2% em relação a setembro de 2015. No acumulado de janeiro a setembro, porém, houve queda de 17,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

"O setor apresenta bons resultados apesar da quebra de safra que houve esse ano. A tendência é positiva. Nossa preocupação é que os recursos para financiamento estão se exaurido", diz Megale. Ele afirma que a entidade conversa o governo para garantir que não haja escassez de recursos para financiamento neste ano.

As exportações cresceram 19,6% entre janeiro e agosto frente ao mesmo período do ano passado. Em comparação a setembro de 2015, o aumento foi de 15,8%. Em relação ao mês anterior, porém, houve queda de 3,5%, influenciada ainda pela dificuldade de produção da Volkswagen.