Gol descarta greve de funcionários no país

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 13/08/2010

A Gol informou nesta sexta-feira (13) que não deve haver greve de funcionários nos aeroportos do país, mesmo depois dos problemas com atrasos e cancelamentos registrados no fim de julho. Uma falha no controle de escalas de trabalho fez com que funcionários excedessem as jornadas e, com isso, diversos voos tiveram que ser cancelados por falta de tripulação.

As falhas no esquema de trabalho dos funcionários irritou o SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários), que marcou para hoje reuniões em vários aeroportos do país para debater a possibilidade de uma nova paralisação. Em nota, o sindicato diz que os funcionários da empresa querem melhores salários, plano de saúde, fim do excesso de jornada e assédio moral.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Gol disse que os problemas de atrasos em voos não devem se repetir daqui para frente, porque o erro do software que monta as escalas de trabalho já foi corrigido.

- Realmente houve um problema no sistema, que encavalou horários dos funcionários. Algumas tripulações já haviam atingido o limite de 85 horas mensais para voar. Então a empresa teve que rearranjar malha, mudar equipes, cobrir outros voos. Isso acabou dando confusão. Levou alguns dias, mas foi corrigido.

Pela lei, um tripulante de avião a jato não pode exceder 85 horas de vôo em um mês. A legislação prevê um limite de jornada de nove horas e 30 minutos e cinco pousos para uma tripulação e jornada de trabalho de até 11 horas em um dia – condições como período noturno e se a tripulação é fixa ou muda ao longo das conexões de um voo alteram esse limite.

A Gol reconhece que alguns de seus tripulantes chegaram a esse teto e acabaram retirados da escala entre o dia 31 de julho e 3 de agosto. Isso teria feito com que os outros trabalhadores tivessem que ser realocados ou estender sua jornada para compensar algumas faltas.

O SNA diz que vai fazer reuniões nesta sexta, às 10h e às 22h, com os funcionários da companhia. Selma Balbino, presidente da entidade, reclama da lenta fiscalização do Ministério do Trabalho e da Anac (Agência Nacional em Aviação Civil) sobre o assunto.

- Não podemos esquecer que as multas aplicadas pelo ministério e Anac são tão baixas, que acabam se tornando um incentivo ao desrespeito à legislação trabalhista e à regulamentação profissional.