Em cinco municípios, prejuízos da soja chegam a R$ 77 milhões

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 11/03/2016
Em cinco municípios, prejuízos da soja chegam a R$ 77 milhões

Com a safra da soja quase no fim, prefeituras da região começam a contabilizar prejuízos. Em apenas cinco municípios do Vale do Ivaí que já finalizaram levantamentos, a estimativa é de prejuízos de R$ 77,6 milhões. Os dados foram disponibilizados pelas prefeituras de Kaloré, São Pedro do Ivaí, Manoel Ribas e Lunardelli a Defesa Civil do Paraná. O levantamento é o primeiro passo para decretar situação de emergência. Em Apucarana, as perdas são estimadas em R$ 19 milhões.

As perdas locais foram discutidas ontem em encontro com cooperativas, instituições financeiras, produtores rurais e representantes de diversas secretarias no salão nobre da prefeitura de Apucarana.
Por enquanto, o Departamento de Economia Rural (Deral), não se posiciona oficialmente sobre índices, uma vez que a safra ainda está em andamento. 

Os números, entretanto, devem ser fechados nesta semana e apresentados semana que vem. Em Apucarana, estima-se que 25% da produção foi perdida. O prefeito Beto Preto já adiantou que pode pedir a ampliação do estado de emergência decretado em janeiro, por conta dos prejuízos causados pelas chuvas, mas depende dos levantamentos oficiais. “Vamos levantar informes técnicos para se chegar a um documento oficial que indique essa quebra na região, podendo assim incluir os prejuízos no decreto de emergência”, pondera.

A intenção é encaminhar expedientes para órgãos como a Secretaria de Estado da Agricultura, Ministério da Agricultura e Banco do Brasil, bem como a senadores e deputados federais da bancada paranaense. Os produtores de Apucarana plantaram, ao todo, 20 mil hectares de soja e a expectativa inicial era alcançar uma produção de 70 mil toneladas. Com a estimativa de quebra, a safra deverá ser reduzida para 52,5 mil toneladas. “A produtividade média esperada era de 3.450 quilos por hectare, que foi reduzida para 2.600 quilos.

O mais preocupante é que as principais perdas aconteceram na qualidade do grão, o que não é coberto pelos seguros agrícolas”, observa o chefe do Deral local, Paulo Franzini. A baixa qualidade do grão resulta em descontos no momento de entregar o produto nas cooperativas, relativos a grãos avariados e ardidos, umidade e impurezas. “Tem produtores entregando cargas com 50%, 60% e até 80% de desconto”, afirma o agricultor Wilson Massambani, do Distrito de Caixa São Pedro.

Prejuízos de até 80%  Os vinte e seis dias de chuvas ocorridos em fevereiro deste ano em São Pedro do Ivaí resultaram em uma perda de 80% da produção ainda não colhida, gerando cerca de R$ 16 milhões de prejuízo. Para minimizar os danos, a prefeitura age para decretar estado de emergência. No município, a área de soja plantada é de 9 mil hectares.

Segundo a prefeita de São Pedro do Ivaí, Maria Regina Della Rosa Magri, tudo o que é possível está sendo feito. “Essa situação que estamos passando justifica que seja decretado estado de emergência”, informa a prefeita.

O agricultor Milton Jorge Dariva conta que restavam 25 hectares de soja quando começou as chuvas e esperava colher cerca de mil sacas. Porém, só conseguiu 170 sacas com valor comercial. “Até agora, o que eu colhi foi para pagar as contas”, revela ele, se dizendo preocupado com a manutenção familiar e estrutura de produção.

Com a finalização da safra, a estimativa de prejuízos vai aumentar, uma vez que a maioria dos municípios afetados ainda está fazendo o levantamento. A secretaria de Agricultura de São João do Ivaí, por exemplo, providencia levantamento oficial para avaliar a necessidade de decretar estado de emergência. Segundo Valdir Pereira Pardinho, do departamento de nota fiscal de produtores, a estimativa é que as perdas tenham atingido 50% do total da área plantada do grão. “A preocupação é que os produtores sejam prejudicados por conta dos financiamentos e não consigam pagar por causa das perdas”, informa. (Colaborou Cindy Annielli)