Bolsa se descola do exterior e sobe com Petrobras e Vale; dólar recua

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 29/02/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Ibovespa se descola do exterior e opera em alta firme nesta segunda-feira (29). O principal índice da Bolsa paulista ganhava 1,84%, aos 42.358,28 pontos, por volta das 12h, impulsionado pelas ações de Petrobras, Vale, siderúrgicas e bancos. Enquanto isso, dólar e juros futuros recuam.
Analistas e operadores apontam como motivos para a alta do índice os ajustes de carteiras de ações no fim do mês -já que hoje é o último dia de fevereiro- e a alta dos preços do petróleo no mercado internacional, além do corte da taxa do compulsório pelo banco central chinês como forma de estimular a economia do país asiático.
Petrobras PN ganhava há pouco 4,92%, a R$ 5,11, enquanto a ação ON subia 5,07%, a R$ 7,24. Analistas apontam que, além da alta do petróleo, o anúncio, na noite de sexta-feira (26) de um empréstimo de US$ 10 bilhões com o Banco de Desenvolvimento da China traz alívio às finanças da estatal no curto prazo.
Em Londres, o Brent subia 2,28%, a US$ 35,90; nos EUA, o WTI tem alta de 1,59%, a US$ 33,30.
As ações da Vale ganhavam 2,84%, a R$ 8,31 (PNA), e 3,81%, a R$ 11,42 (ON). As siderúrgicas também avançam: CSN ON (+ 4,80%), Gerdau (+2,86%) e Usiminas PNA (+1,12%).
As ações de bancos também se valorizam: Itaú Unibanco (+1,78%), Bradesco (+1,40%), Banco do Brasil (+1,51%) e Santander (+3,10%).
Nos EUA, os índices acionários abriram há pouco com leves altas: Dow Jones (+0,08%), S&P 500 (+0,03%) e Nasdaq (+0,22%).
Na Europa, as Bolsas operam sem uma direção definida, influenciadas pela ausência de medidas para estimular a economia global durante a reunião do G-20 no fim de semana, apesar da alta do petróleo: Londres (-0,08%), Paris (+0,21%), Frankfurt (-0,69%), Madri (+0,74%) e Milão (+0,44%).
Na Ásia, as Bolsas chinesas fecharam no menor nível em um mês nesta segunda-feira, com investidores vendendo ações em meio a temores de que o aumento dos preços de imóveis possa atingir fundos de ações, agravado pelos ganhos decepcionantes dos papéis de empresas com menor valor de mercado no índice ChiNext.
Para tentar estimular a economia em desaceleração, o banco central chinês reduziu a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter como reservas pela quinta vez desde fevereiro de 2015. O banco central anunciou em seu site o corte da taxa de compulsório em 0,5 ponto percentual para todos os bancos, levando a taxa para 17% para os maiores bancos do país. O corte terá efeito a partir desta terça-feira (1º).
No restante da Ásia, a maioria das ações também recuou após o encontro do G20 e depois de dados sólidos dos EUA reacenderem as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevará os juros neste ano.
DÓLAR E JUROS
O dólar à vista recuava 0,69%, cotado a R$ 3,9640; o dólar comercial perdia 0,87%, a R$ 3,9650. Além da alta do petróleo beneficiando o real, hoje é dia em que será formada a Ptax do mês. A Ptax é a taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para diversos contratos cambiais. Operadores tentam influenciar as cotações da Ptax para torná-las mais favoráveis às suas posições no final do mês.
Os juros futuros também operavam em queda: o contrato de DI para janeiro de 2017 passava de 14,225% para 14,205%; o DI para janeiro de 2021 ia de 15,740% para 15,590%. O Boletim Focus, do Banco Central, mostrou que a expectativa do mercado para a projeção de inflação deste ano recuou pela primeira vez em oito semanas, o que reforça a possibilidade de manutenção da taxa básica de juros (Selic) no patamar atual.
A expectativa revelada no boletim Focus para a Selic é que a taxa encerre o ano a 14,25%, mesma previsão da semana passada. Para 2017, o mercado revisou novamente para baixo a projeção, que caiu de 12,63% na semana passada para 12,50% nesta semana.