Após prejuízo histórico, Vale quer ampliar plano de venda de ativos

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 25/02/2016

NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Depois de anunciar um prejuízo de R$ 44,213 bilhões em 2015, a Vale comunicou ao mercado a intenção de ampliar o seu plano de venda de ativos. A ideia é incluir empreendimentos considerados estratégicos nos segmentos de fertilizantes, níquel, cobre, carvão e minério de ferro.
Até agora, a companhia se desfez apenas de negócios periféricos, como ouro, logística e navios. "A intenção daqui para a frente é avaliar oportunidades nos cinco negócios principais", disse o diretor financeiro da companhia, Luciano Siani, em teleconferência com a imprensa para explicar o resultado de 2015.
Ele afirmou que ainda não há uma nova lista de ativos à venda, mas a empresa está aberta a ouvir propostas do mercado. "A Vale tem ativos de qualidade que, mesmo nas condições atuais do mercado, podem ser atrativos", comentou.
O objetivo é reduzir a dívida da empresa, hoje em US$ 28,853 bilhões. O plano pode incluir ativos inteiros ou apenas participações. Siani descartou a possibilidade de emissão de ações da companhia.
O diretor financeiro da Vale disse que a baixa no valor de ativos no ano passado, que foi uma das principais causas do prejuízo, segue tendência da indústria de mineração, que vem reavaliando o valor de suas operações diante da queda dos preços das commodities. Em 2015, a empresa reduziu o valor de seus ativos em R$ 36,280 bilhões.
O executivo explicou ainda que a mineradora optou por não fazer nenhuma provisão por possíveis prejuízos com a remediação dos danos com a tragédia de Mariana (MG) por avaliar que ainda é cedo para saber qual será a participação das controladoras neste processo.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS
Siani confirmou que a Vale não planeja pagar participação nos lucros aos empregados este ano, embora trabalhadores de Minas Gerais venham realizando protestos para receber o benefício. Segundo ele, as metas que justificariam o pagamento não foram atingidas.
Nas negociações salariais do ano passado, a companhia não deu reajuste aos seus funcionários.
A companhia também não pretende pagar dividendos aos acionistas.