Cai presidente da Eletropaulo, e empresa é colocada à venda

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 17/02/2016

MACHADO DA COSTA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Britaldo Soares, da AES Brasil e da distribuidora de energia Eletropaulo, deixou na manhã desta quarta-feira (17) a Presidência executiva das empresas. A decisão foi tomada tendo em vista a venda de ativos do grupo americano no país. Soares era contra o desinvestimento.
A partir de agora, estão à venda as distribuidoras Eletropaulo, que fornece energia para a Grande São Paulo e que é a maior do país, e a AES Sul, que fornece para o interior do Rio Grande do Sul.
Na terça (16), o conselho de administração do grupo decidiu pela transferência de Soares para a Presidência do Conselho de Administração das distribuidoras Eletropaulo e AES Sul, além da geradora AES Tietê.
Em seu lugar na Eletropaulo assume Charles Lenzi, ex-executivo da distribuidora e que ocupava o cargo de presidente da Abragel (Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa).
Para a Presidência executiva do grupo foi escolhido o venezuelano Julien Nebreda.
Os principais ativos que ficarão à venda serão as distribuidoras. Há a possibilidade de que a geradora também fique à venda, com a mudança de estratégia do grupo.
Recentemente, Soares anunciou que a AES Tietê, braço gerador do grupo, poderia participar do próximo leilão A-5, para entrega de projetos de geração de energia em cinco anos.
A perspectiva era de licitar duas usinas termelétricas, mas que dependiam do fornecimento do gás.
As empresas do grupo pertencem à holding AES Brasil e ao BNDES, que possui 53,85% das ações totais, mas uma ordinária a menos que a holding, o que dá o poder de decisão à companhia americana.
O grupo, até o momento, apenas confirmou a saída de Soares e a entrada de Lenzi no comando da Eletropaulo e da AES Brasil. O BNDES ainda não posicionou.
Questionada, a assessoria de imprensa do grupo negou que a empresa esteja vendendo ativos no Brasil e disse que a mudança reflete a reestruturação de uma estratégia.
"A mudança da reestruturação foi motivada pela estratégia da AES no país, que é crescer em geração, aprimorar a qualidade de serviço e recuperar o valor das distribuidoras", diz em nota.