Museu da TAM, aberto em 2006, é fechado em São Carlos

Autor: Da Redação,
terça-feira, 02/02/2016

MARCELO TOLEDO
RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - Visitado por mais de cem mil pessoas por ano, o Museu da TAM, em São Carlos (a 232 km de São Paulo), foi fechado pela companhia aérea no último final de semana.
Próximo de completar dez anos de atividade -foi aberto em novembro de 2006-, o museu foi vítima da crise econômica, conforme a TAM.
Com 96 aeronaves em seu acervo, o museu já era alvo de questionamentos sobre a permanência em São Carlos desde o ano passado, quando sua transferência para um local com possibilidade de ampliar o número de visitantes era discutida.
O site do museu já está fora do ar. O link direciona o internauta a uma página de aviação executiva da companhia aérea.
Na página do museu no Facebook, um comunicado de três linhas informa que o museu está temporariamente fechado. O local também não abriu no final de semana, "devido a problemas técnicos".
O presidente do museu, João Amaro, irmão de Rolim Amaro -ex-presidente da TAM (1942-2001)-, já tinha discutido ao menos três vezes nos últimos dois anos com o prefeito de São Carlos, Paulo Altomani (PSDB), a possibilidade de transferir o museu, possivelmente para alguma área na região metropolitana de São Paulo.
A decisão envolvia o crescimento do museu, que teria ficado grande para a cidade, e o número de visitantes, abaixo das expectativas. A mudança estava prevista para ocorrer em um prazo de até cinco anos.
O museu foi inaugurado em novembro de 2006, com investimento inicial de R$ 30 milhões, sendo R$ 12 milhões de incentivos governamentais. Dois anos depois, fechou para ser ampliado, passando de 9.000 m² para os atuais 22 mil m². Foi novamente aberto em 2010.
MEIO SÉCULO
Os irmãos Rolim começaram a colecionar aeronaves há exatos 50 anos, em 1966. O primeiro exemplar foi um Cessna-195, de 1950, adquirido num leilão. Ambos chegaram a viajar de moto para Argentina e Chile atrás de mais aviões antigos. Conseguiram 15.
O acervo foi ampliado com doações de clientes e fornecedores. Entre os mais valiosos, está um Spitfire, de 1942, da Rolls-Royce, que participou da Segunda Guerra.
A TAM já tem um centro de manutenção de aeronaves em São Carlos, que integra um polo aeroespacial. O município tenta internacionalizar seu aeroporto e, na USP (Universidade de São Paulo) local, é oferecido o curso de engenharia aeronáutica. A Embraer tem uma unidade na vizinha Gavião Peixoto.
Procurada, a Prefeitura de São Carlos ainda não se manifestou sobre o assunto nesta terça-feira (2).
Quando surgiu a possibilidade de transferência do acervo, em maio do ano passado, a administração informou considerar o museu um patrimônio local e parte do polo aeroespacial, e que lutaria para mantê-lo em São Carlos.