Acordos multilaterais são estratégia para ampliar exportação de alimentos

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 29/01/2016

MACHADO DA COSTA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo traçou a estratégia para elevar a participação do agronegócio brasileiro no comércio mundial. A negociação de acordos multilaterais que sobrepujam aprovações pelo Mercosul será o principal foco de atuação.
Segundo a ministra da Agricultura, Katia Abreu, os acordos sanitários e fitossanitários (SPS) serão os principais responsáveis por elevar a participação a 10% da comercialização de alimentos. Atualmente, o Brasil detém 7% do comércio.
"São negociações que podem gerar mais de R$ 20 bilhões de exportações anualmente", afima a ministra.
As negociações de SPS não precisam passar pelo Mercosul, pois não alteram tarifas ou cotas de importação ou exportações.
Esses acordos normatizam os produtos que podem exportados. Os principais importadores que são foco dessa atuação são China, Japão, União Europeia, México e Canadá.
Os acordos tarifários e de livre comércio também estão no centro dessa estratégia, mas recebem atenção menor.
As principais negociações em curso são com o México e com a União Europeia, que também possuem processos de acordos de SPS.
Na negociação com os países europeus, o Mercosul está envolvido, mas não no caso mexicano, pois o acordo existente, que está sendo reformulado, antecede a criação do bloco sul-americano.
Além deles, países menores no Oriente Médio e sudeste asiático também estão recebendo atenção -Filipinas, Indonésia e Tailândia. "São países menores, mas que juntos, a população representa um Brasil e meio, e que teremos menos dificuldades de negociar com o Mercosul", diz Katia Abreu.
CRÉDITO
Com os recentes anúncios do governo para expandir o crédito, o volume destinado ao setor agropecuário para a safra 2015/2016 deve crescer 21%, segundo o Ministério da Agricultura. No entanto, a maior parte da expansão desse crédito deve ser destinada ao custeio da produção. O volume referente aos investimentos deve cair 10%.
Nesta quinta-feira (28), o CMN (Conselho Monetário Nacional), com uma mudança de regras, elevou o limite de crédito rural em R$ 2 bilhões até o final do ano.
O principal responsável pela queda são os menores investimentos feitos por grandes empresas. O ministério estima uma redução de 13% dos financiamentos para esse grupo.
A agricultura familiar também demandará menos crédito, mas a queda é menor, de 7%.
No sentido oposto, o crédito para o custeio da produção aumentará 35%, puxado principalmente pelas grandes empresas.
O total de financiamentos para essa safra deve alcançar R$ 211,7 bilhões, contra R$ 175,4 bilhões da safra passada.
"Os investimentos caíram muito, porque 2015 foi um ano delicado para a economia. Mas recursos nunca faltaram. Faltaram fregueses", diz Katia Abreu.