Bolsa sobe e dólar cai com juros negativos no Japão e PIB dos EUA

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 29/01/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O banco central japonês cortou a taxa de juros do país para território negativo e dá impulso às Bolsas, inclusive a brasileira, que operam em alta nesta sexta-feira. O dólar tem queda ante o real.
A Bolsa brasileira sobe mais de 2% e acumula terceiro dia consecutivo de alta, após ter atingido a mínima desde março de 2009, no começo da semana. Há pouco, o Ibovespa, principal índice brasileiro, avançava 2,64%, para 39.651 pontos.
O fôlego vem da decisão do banco central do Japão de levar a taxa básica de juros da economia para o negativo. Em uma decisão por 5 votos a 4, o Banco do Japão decidiu cobrar juros de 0,1% em depósitos de conta corrente selecionados que instituições financeiras mantiverem na instituição.
"O importante é mostrar às pessoas que o banco central está comprometido em alcançar inflação de 2% e que vai fazer o que for preciso para alcançar isso", disse o presidente do banco central, Haruhiko Kuroda, em entrevista após a decisão.
Entre as principais altas do Ibovespa estão as ações da Kroton e Estácio, do segmento de educação, e a Petrobras.
Os papéis preferenciais da estatal (mais negociados) sobem 2,82%, para R$ 4,73, apoiados pela valorização do petróleo no mercado externo. As ações ordinárias (com direito a voto) ganham 4,44%, para R$ 6,81.
O petróleo Brent (referência internacional) sobe 2,30%, para US$ 34,67, na quarta sessão consecutiva de alta. O WTI (mercado americano) ganha 2,38%, para US$ 34,01.
A Estácio registrava valorização mesmo com a notícia do Ministério da Educação de que a empresa poderá ofertar menos vagas pelo Fies neste semestre. Os papéis se valorizavam 7,99%, para R$ 11,48. A Kroton sobe 7,15%, para R$ 8,39.
Outra contribuição importante para a valorização do Ibovespa nesta sexta é o Itaú, que avança 2,22%, para R$ 24,37. O banco divulga resultados de 2015 na próxima semana.
Já a Vale opera em queda, após notícia de que a empresa planeja não distribuir dividendos em 2016. As ações preferenciais cediam 1,26%, para R$ 6,99. Os papéis ordinários recuavam menos, 0,32%, para R$ 9,30.
Bolsas americanas e europeias registram alta.
DÓLAR
O dólar, que já operava em queda durante a manhã, ganhou peso adicional com a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos e agora flerta com o patamar de R$ 4,00.
Há pouco, o dólar à vista (referência para o mercado financeiro) recuava 1,42%, para R$ 4,0163. O dólar comercial (usado em operações de comércio exterior) cedia 1,61%, a R$ 4,014.
O PIB dos Estados Unidos desacelerou no último trimestre de 2015, com avanço de 0,7%, segundo dados do governo tornados públicos nesta sexta-feira (29). Com isso, o país encerrou o ano passado com crescimento semelhante ao do ano anterior, de 2,4%. No terceiro trimestre, a economia americana havia avançado 2%, no segundo trimestre, de 3,9%.
Dados ruins para a economia americana tendem a adiar novas altas na taxa básica de juros do país e favorecem a migração de investidores para mercados emergentes. Após a primeira elevação em quase uma década, em dezembro do ano passado, o Fed (banco central do EUA) decidiu, na reunião realizada na última quarta, manter os juros entre 0,25% e 0,50%.