Bolsa avança mais de 2% puxada por valorização da Petrobras

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 27/01/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Bolsa brasileira abriu o dia em queda, mas ganhou impulso com a disparada da Petrobras e a valorização das elétricas, e fechou em forte valorização. O Ibovespa, principal índice acionário, avançou 2,34% e encerrou a 38.376 pontos, depois de ter atingido a mínima desde 2009 no pregão anterior.
Os papéis preferenciais (mais negociados) da Petrobras terminaram o dia com valorização de 8,8%, a R$ 4,57, após duas sessões de queda. Nesta terça (26), o tombo havia sido de 4,76%, para R$ 4,20. As ações ordinárias (com direito a voto) subiram 9,73%, para R$ 6,54.
Um sinal positivo para a Petrobras veio da alta do petróleo, que avançou pelo segundo dia consecutivo. O preço do Brent (referência mundial para o combustível) ganhava 2,96%, para US$ 32,74, depois de se valorizar 4,26% no pregão anterior. O WTI (referência americana) avançou 1,14%, a US$ 31,81.
O petróleo também deu força às Bolsas europeias, e os principais índices acionários fecharam em alta. Nos Estados Unidos, a decisão do Fed de manter a taxa de juros do país em 0,25% a 0,5% faz as bolsas caírem mais de 1,5%.
Já as elétricas foram apoiadas pela decisão da Justiça que derrubou liminar que impedia o início da operação de Belo Monte. A usina é construída pela Norte Energia, que tem como sócios a Cemig, Eletrobras, Light, Vale e Neoenergia.
As ações preferenciais da Cemig avançaram 10,34%, para R$ 4,91. Os papéis da Eletrobras, que não estão no Ibovespa, subiram 9,07%, para R$ 8,90.
No campo negativo, o destaque foi novamente a JBS, que perdeu 14,71% e terminou o dia a R$ 8,41. No pregão anterior, o tombo havia sido de 7,33%. A empresa é afetada pelo processo aberto pela Justiça Federal em São Paulo contra nove pessoas ligadas à J&F, holding que controla o grupo JBS e o banco Original, e ao Banco Rural por crime contra o sistema financeiro.
Entre os réus no processo, estão Joesley Batista, um dos filhos do fundador da JBS que hoje preside a J&F e o conselho de administração da JBS.
DÓLAR
O dólar fechou a quarta-feira em alta, após três dias consecutivos de desvalorização, em sessão marcada pela espera da decisão sobre a taxa de juros dos Estados Unidos.
O dólar à vista (referência para o mercado financeiro) fechou o pregão com ganho de 0,25%, a R$ 4,0695, enquanto o dólar comercial (utilizado nas operações de comércio exterior) encerrou a R$ 4,085, avanço de 0,39%.
Durante o dia, o dólar chegou a registrar queda de quase 1%, em meio à expectativa pela manutenção da taxa de juro dos Estados Unidos. Na mínima, a cotação comercial chegou a R$ 4,0310; a máxima do dia foi de R$ 4,096.
Após o fim das negociações, o Fed (banco central dos Estados Unidos) decidiu manter a taxa de juros inalterada, em 0,25% a 0,50%. Em dezembro, a autoridade monetária elevou pela primeira vez em quase uma década a taxa básica da economia.
A autoridade monetária não sinalizou novo aumento na próxima reunião, em março, e mostrou cautela em relação à turbulência internacional e o impacto do choque do preço do petróleo na inflação.
"O comitê espera que as condições econômicas evoluam de maneira que justifique apenas elevações graduais na taxa de juros, que provavelmente se manterá, por algum tempo, abaixo dos níveis que são previstos no longo prazo", disse, em comunicado.
JUROS
À espera da ata do Copom, que será divulgada nesta quinta (28) pela manhã, os principais contratos de juros futuros terminaram sem direção definida. O vencimento em janeiro de 2017 recuou de 14,730% para 14,700%, enquanto o janeiro 2021 avançou de 16,370% para 16,440%.