Bolsa fecha em queda puxada por tombo da Petrobras; dólar também cai

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 18/01/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O principal índice acionário do país fechou em baixa nesta segunda-feira (18), pressionado pela queda nos papéis da Petrobras e da Vale.
O Ibovespa encerrou o pregão em queda de 1,64%, aos 37.937 pontos. O volume financeiro foi de R$ 4,828 bilhões.
"A queda hoje veio em linha com o resto do mundo, apesar de os EUA estarem de fora hoje. As principais bolsas da Europa também operaram em baixa o dia todo, com incertezas em relação ao Petróleo", diz Alexandre Wolwacz, diretor da escola de investimentos Leandro & Stormer.
As bolsas de Wall Street não operaram hoje, feriado nos EUA. Mesmo sem a grande referência, o mercado continuou o ritmo de queda dos últimos dias.
"É a pior primeira quinzena de ano em todo o mercado internacional. É impressionante que a cada dia aparece algo novo que justifica o recuo", afirma Wolwacz.
Os papéis da Petrobras despencaram em mais um dia ruim para a estatal brasileira e fecharam no menor valor desde 2003 -abaixo dos R$ 5.
Segundo especialistas, a queda nos preços do petróleo, que romperam o patamar de US$ 30, vem afetando a empresa.
As ações preferenciais, mais negociados e sem direito a voto, se desvalorizavam em 7,15%, a R$ 4,80, enquanto que as ações ordinárias, com direito a voto, tinham queda de 6,11%, a R$ 6,30.
PETRÓLEO
Além dos problemas que enfrenta no Brasil, a Petrobras também vem sofrendo com a queda global dos preços do petróleo.
"Além da queda recorde do petróleo, a Petrobras tem seus problemas pessoais, como o endividamento. Com isso, como a empresa está com tantos problemas, o investidor global se afasta", diz Pedro Galdi, analista da Whatscall.
O Irã, um dos maiores produtores de petróleo, teve suas sanções econômicas suspensas após cumprir as metas do acordo nuclear. Assim, o governo do país anunciou um aumento na produção de petróleo de 500 mil barris por dia (bpd).
Junto a isso, a Arábia Saudita, maior exportador global de petróleo, elevou seus embarques para o exterior em 355 mil barris por dia em novembro ante o mês anterior, mantendo uma forte oferta do produto como parte da estratégia que vem derrubando os preços pelo mundo.
Com isso, os preços do petróleo caíram. O tipo Brent se desvalorizou em 0,93%, a US$ 28,68 o barril. Já o WTI caiu 1,63%, a US$ 28,94.
VALE
As ações da Vale, outra grande empresa listada no Ibovespa, também tiveram forte queda.
Os papéis preferenciais da mineradora fecharam em baixa de 4,66%, a R$ 6,95, enquanto que as ações ordinárias tiveram queda de 5,12%, a R$ 8,89.
O setor bancário, mesmo se descolando do ambiente internacional, também fechou em baixa. As ações do Itaú tiveram queda de 1,17%, a R$ 23,64 e do Bradesco tiveram baixa de 0,86%, a R$ 17,10.
DÓLAR
O dólar fechou a segunda (18) em queda ante o real, em meio à alta do yuan e à volatilidade nos preços do petróleo.
O dia de negócios também foi marcado pela falta de referência no mercado, já que as bolsas americanas não operaram pois era feriado nos EUA.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, se desvalorizou em 0,42%, a R$ 4,032 na venda. Já o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, teve queda de 0,29%, a R$ 4,035.
"O dólar se valorizou bem na semana passada, com o mercado bem nervoso, então hoje ele se ajustou um pouco, mas nada de excepcional também", diz Galdi.
O Banco Central brasileiro realizou nesta manhã mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos. Até o momento, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 6,198 bilhões, ou cerca de 59% do lote total, que corresponde a US$ 10,431 bilhões.