Acionista da Oi pede indenização em Portugal contra empresa de auditoria

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 08/01/2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Pharol SGPS, maior acionista da Oi, que reúne antigos acionistas da Portugal Telecom (PT), entrou com um processo de indenização em Portugal contra a empresa de auditoria Deloitte nesta sexta (8) por perdas sofridas com a Rio Forte, braço de investimento do Grupo Espírito Santo que está em recuperação judicial.
Na ação, que tramita no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, a Pharol considera que a Delloite "violou deveres contratuais" que "foram causa dos prejuízos sofridos com as aplicações em dívida emitida pelo Grupo Espírito Santo".
Durante o processo de fusão da PT com a Oi, em meados de 2014, surgiu uma dívida de 897 milhões de euros da Rio Forte com a PT que estava "escondida" na operadora portuguesa e, supostamente, não foi detectada nem por executivos da companhia, nem pela Delloite, contratada para fazer auditoria nas contas da operadora.
Por isso, a Pharol pede que a Delloite, suas filiais na Holanda e Espanha, além de um auditor externo contratado, também respondam pelas perdas.
Até o momento, já foram processados Enrique Granadero, Amilcar Pires e Luis Pacheco, os três ligados à PT. Outras ações devem ser movidas ainda neste mês.
Juntas, essas pessoas e empresas podem ter de arcar com o prejuízo da Pharol na proporção das responsabilidades de cada envolvido, caso a Justiça portuguesa entenda que elas tiveram culpa após perícia e uma investigação mais aprofundada.
A Pharol pode ainda reaver parte dos 879 milhões de euros da Rio Forte no processo de recuperação judicial. Se isso acontecer, ela diz à Justiça portuguesa que o valor recuperado deve ser descontado do cálculo da indenização. A recuperação judicial da Rio Forte corre em Luxemburgo.
A Pharol tem 27,8% das ações da Oi.