Índice de inflação mais usado em negociações salariais sobe 11,3%

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 08/01/2016

BRUNO VILLAS BÔAS
RIO DE JANEIRO, RJ, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A alta dos preços dos alimentos pesou mais no orçamento das famílias de menor renda e fez o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) fechar o ano passado em 11,28%, acima da inflação oficial.
O INPC é o índice mais utilizado nas negociações salariais no país. No primeiro semestre de 2015, a piora do mercado de trabalho e as altas dos preços fizeram com que 14,6% das negociações salariais resultassem em ajustes abaixo da inflação medida pelo INPC. Ainda não há dados para o fechamento do ano.
O índice também é considerado a inflação dos mais pobres por medir a variação de preços da cesta de consumo de famílias que recebem de um (R$ 788) a cinco salários mínimos (R$ 2.364 mensais), considerando o mínimo de 2015.
Trata-se exatamente da parcela da população com menos instrumentos financeiros para se proteger do aumento de preços, além de ter menos margem para manobrar o orçamento.
Foi o maior avanço do INPC desde 2002 (14,74%), quando o câmbio disparou em meio às incertezas do mercado sobre um futuro primeiro governo do PT. Em 2014, a inflação havia sido de 6,23%.
O IPCA, índice oficial de inflação do país, mede a variação de preços da cesta de consumo de famílias com renda de de um a 40 salários mínimos (até R$ 31.520 mensais). Ele fechou o ano passado em 10,67%.
Os dois índice são calculados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estastítica) e foram divulgados nesta sexta-feira (8).