EDUARDO CUCOLO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A depreciação de quase 40% na taxa de câmbio neste ano está entre os fatores que ajudaram a preparar o Brasil para uma provável alta de juros nos EUA nesta quarta-feira (16).
Essa é a avaliação feita pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos do Senado) nesta terça-feira (15).
"Por mais que esse processo esteja sendo preparado, são nove anos sem aumento das taxas de juros. O que conta nessas horas é como os mercados irão reagir", afirmou. "O que nós temos que fazer é estar preparados, monitorando a situação de mercado a partir de um eventual ajuste na taxa de juros."
Em uma referência aos aumentos já ocorridos no dólar e nos juros no Brasil, Tombini afirmou que não se pode pensar que, com a alta das taxas nos EUA, é necessário começar tudo de novo por aqui. "Não é assim. A própria depreciação no câmbio nos prepara para esse momento."
O presidente do BC disse ainda que, se os mercados não receberem bem a notícia nesta quarta, deve haver algum movimento de preços de várias moedas, mas que o real "já tem avançado bastante" desde 2011, por conta desse e de outros fatores.
Ele disse ainda que o Brasil deve receber neste ano US$ 65 bilhões em investimentos estrangeiros no país e acumula entrada líquida de US$ 10 bilhões no balanço de pagamentos.