Belo Monte entra com recurso até sexta para obter licença para operar

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 23/09/2015

DIMMI AMORA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Norte Energia, empresa responsável pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte (PA), entrará com novo pedido no Ibama para ter a licença de operação da usina liberada pelo órgão ambiental.
Em parecer emitido nesta terça-feira (22), o órgão informou que a empresa ainda precisa comprovar o cumprimento de 12 itens do programa de compensações ambientais para ter o direito à licença que, na prática, permitirá o início da geração de energia pela usina. Segundo o órgão, 81 itens já foram cumpridos. Outros órgãos, como o Iphan e o Ministério da Saúde, já deram o parecer favorável à licença. A Funai ainda precisa dar parecer sobre o cumprimento das condicionantes indígenas do programa ambiental.
Entre os itens sem comprovação de cumprimento estão obras viárias e de saneamento nas cidades que serão atingidas, remanejamento de populações de áreas que serão alagadas e limpeza da área onde ficará o lago da usina. Além disso, o órgão de meio ambiente listou outros 20 itens críticos que vão precisar de "monitoramento especial" caso a licença seja dada, o que inclui o monitoramento da fauna e da flora do Rio Xingu.
O diretor Socioambiental da Norte Energia, José Anchieta, disse que a companhia entrou com o pedido de licença em junho deste ano e que, em agosto, apresentou novos esclarecimentos. Segundo ele, todos os 12 itens que o Ibama pediu esclarecimentos ontem já estão concluídos.
"Avançamos muito desde junho. Vamos levar essas comprovações até sexta-feira ao Ibama, que é um órgão cuidadoso. O parecer foi justo. É justo que eles cobrem o cumprimento desse itens e nós vamos comprovar isso", afirmou Anchieta.
Segundo o diretor, a empresa trabalhava com a expectativa de poder começar a gerar energia numa das partes da usina, o chamado Sítio Pimental, em novembro deste ano. O prazo original de início de operação era fevereiro de 2015, mas as obras atrasaram.
Além de iniciar esta etapa da geração, que corresponde a pouco menos de 2% da capacidade da usina, a intenção era também iniciar o enchimento do lago da outra parte da usina e começar a geração dessa parte em 2016.
De acordo com Anchieta, a empresa pode esperar mais pela licença do Ibama sem afetar o prazo de enchimento já que a vazão do rio está mais alta que o previsto e, com isso, o lago poderia encher mais rapidamente sem prejudicar o cronograma de geração do próximo ano.