Em fala a investidores, diretor do BC prevê 'forte desinflação' em 2016

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 20/07/2015

ISABEL VERSIANI
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A pouco mais de uma semana da próxima reunião do Copom que vai definir o patamar da taxa de juros, o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Tony Volpon, fez nesta segunda-feira (20) um discurso otimista sobre a trajetória da inflação no próximo ano.
Em encontro com investidores em São Paulo, Volpon destacou que a retração já verificada no mercado de trabalho e também a perspectiva de desaceleração dos preços regulados pelo governo no próximo ano contribuem para dar ao BC a "certeza" de que inflação será levada ao centro da meta de 4,5% em 2016.
"Acredito que, a despeito dos níveis de inflação observados neste ano, há uma combinação de fatores que apontam para um forte processo de desinflação em 2016", afirmou Volpon.
Economistas do mercado estimam que o IPCA vai fechar o próximo ano em 5,4%, depois de atingir 9,15% em 2015, segundo a mais recente sondagem do BC divulgada nesta segunda-feira (20).
Para Volpon, o prognóstico de queda da inflação ainda está aquém do que se poderia esperar dadas as perspectivas para a economia em 2016.
"Penso que a razão principal é que o processo de ajuste ainda está em curso e que, ao longo do tempo, as expectativas deverão apresentar uma trajetória mais consistente", afirmou.
Volpon destacou que a desvalorização do real, a alta dos juros e as medidas de ajuste fiscal têm efeitos defasados sobre a economia que devem se tornar mais evidentes a partir do ano que vem.
A taxa básica de juros sofreu seis altas desde outubro e está atualmente em 13,75% ao ano.
Os economistas consultados pelo BC esperam que o Copom vai determinar uma nova alta de 0,5 ponto percentual na taxa em sua reunião na quarta-feira (29) da próxima semana.