Brasil pode aumentar contratos de importação de energia de países vizinhos

Autor: Da Redação,
terça-feira, 24/02/2015
Foto: arquivo

BRASÍLIA, DF - A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu ampliar as possibilidades do Brasil importar energia elétrica de países vizinhos. O intercâmbio atualmente é feito com a Argentina e o Uruguai.

Antes da decisão, era permitido firmar um acordo ao mês para trazer eletricidade. A duração dessa ajuda adicional dependia dos prazos fixados entre os países.

A alteração das regras permite agora que esses contratos sejam feitos semanalmente, caso haja necessidade. De forma a tornar possível a aumentar a importação ao longo do mês, caso o pedido inicial não seja suficiente.

A decisão foi tomada em reunião da diretoria da agência a pedido da Petrobras.

A estatal, que vende gás para as usinas térmicas da Argentina, prevê aumento em seus ganhos caso essa importação de energia aumente para atender o mercado brasileiro.

Pelo lado do governo, a nova regra garante a disponibilidade mais uma ferramenta para operação do sistema elétrico, que vem enfrentando uma forte crise diante das poucas chuvas e lenta recuperação dos reservatórios das usinas hidrelétricas. 

Com menor geração por parte dessas usinas, o governo vem mantendo ligadas em larga escala as térmicas, que são mais caras e poluentes, desde o fim de 2012.

Neste ano, porém, com reservatórios atingindo suas mínimas históricas, o uso combinado das hidrelétricas com as termelétricas passou a não ser suficiente para garantir a segurança do sistema nos horários de pico. Tanto assim, que o governo teve de importar energia da Argentina por dois dias seguidos em janeiro -medida considerada extraordinária. 

Essa necessidade de contratação extra de energia se deu justamente nos dias de consumo recorde de energia no país, no período da tarde, motivado pelo forte calor e maior uso de aparelhos de ar-condicionado. 

As novas regras aprovadas, apesar de beneficiarem o Brasil neste momento de crise, também se garantem os mesmos direitos para os países vizinhos, que poderão demandar mais ajuda brasileira nesse intercâmbio. 

Os acordos funcionam como empréstimos de energia e não compra. Pelo uso da geração de outro país é gerado um crédito para o vizinho fornecedor, que pode vir a precisar em outro momento. 


EXTRAORDINÁRIA 

Também nesta terça-feira (24), a Aneel informou que deve realizar, ainda esta semana, uma reunião extraordinária para voltar a discutir assuntos que impactarão a tarifa dos consumidores. 

Devem ser aprovadas tanto os reajustes extraordinários das tarifas quanto fixado o novo valor das bandeiras tarifárias -sistema criado para aumentar mensalmente o preço da energia nos meses de gastos mais elevados com compra de energia.