Falta de definição de ministro faz Bolsa recuar e dólar subir mais de 1%

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 24/11/2014
Foto: arquivo

SÃO PAULO, SP - Em um dia em que alternou altas e baixas, a Bolsa de São Paulo fechou o pregão em desvalorização nesta segunda-feira (24), com o Ibovespa, seu principal índice, recuando 1,21%, para 55.406 pontos. Falta de definição da equipe e econômica e realização de lucros após a forte alta de sexta-feira (21) foram os fatores apontados pelos analistas para o comportamento do índice nesta segunda (24). 

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 1,15%, cotado em R$ 2,5476 no fechamento. O comercial, usado em transações do comércio exterior, encerrou o dia valendo R$ 2,549, alta de 1,07%. 

A avaliação do economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa, é que a volatilidade observada nesta segunda (24), especialmente em Bolsa e juros, deve seguir até que sejam confirmados os nomes dos novos integrantes da equipe econômica.

Para ele, mais do que os números a serem divulgados nesta semana -como o resultado do PIB-, o que mais vai influenciar os mercados é essa definição. "Os números a serem divulgados mostram o retrato do que já passou. A confirmação dos nomes da equipe econômica mostram se vamos confirmação dos nomes começar a trilhar um caminho que possa reverter quadro atual", diz o economista da Sul América Investimentos 

Além da indefinição na equipe econômica, a avaliação de analistas é que os investidores aproveitaram o dia para realizar lucros, depois da forte alta do Ibovespa na sexta-feira (21), quando ele teve maior alta entre os índices de ações no mundo naquele dia (5%) devido ao vazamento do nome de Joaquim Levy como provável próximo ministro da Fazenda. 

"Era esperado que houvesse realização [de ganhos com as ações] hoje [segunda, 24], depois de um pregão como o de sexta-feira [21]. Tanto que as ações que mais subiram naquele dia estão entre as que mais caíram hoje", afirma Raymundo Magliano Neto, presidente da Magliano Corretora. 


CÂMBIO 

Na visão de Mauriciano Cavalcante, diretor de operações de câmbio da Ourominas, não houve uma notícia tão impactante que justificasse uma alta de 1% no câmbio nesta segunda-feira (24).

Na sua avaliação, um somatório de notícias no dia -dados de China, balanço negativo de contas externas brasileiras e a falta de confirmação sobre os nomes da equipe econômica-contribuíram para essa valorização. 

No início do dia, a cotação chegou a cair, alcançando a mínima de R$ 2,504 no comercial. Depois, inverteu a tendência e manteve a alta até o final do pregão. 

Em "[relatório divulgado nesta segunda-feira]", o banco Goldman Sachs diz que avalia o valor justo ("fair-value") para o dólar é entre R$ 3,10 e R$ 3,20. O banco não deu data para a moeda americana atingir essa cotação. 

O Banco Central do Brasil deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, por meio do leilão de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 197,7 milhões. 

A autoridade monetária também rolou o vencimento de 14 mil contratos de swap que venciam dia 1º de dezembro, numa operação que totalizou US$ 683,7 milhões e conferiu mais liquidez ao mercado. 

"O leilão do BC contribuiu para amenizar um pouco a alta do dólar", avalia Newton Rosa, da Sul América Investimentos.