Em dia instável, Bolsa fecha em alta com ajuda de bancos

Autor: Da Redação,
terça-feira, 04/11/2014
Foto: arquivo

SÃO PAULO, SP - Em dia marcado pelo pessimismo no exterior e por dado ruim de produção industrial no Brasil, a Bolsa brasileira conseguiu fechar em alta nesta terça-feira (4), após passar a maior parte da sessão em território negativo.

O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, teve valorização de 0,81%, a 54.383 pontos. Das 70 ações negociadas, 46 fecharam em alta, 23 caíram e uma se manteve inalterada.

A Bolsa teve uma sessão volátil, afetada pelo desempenho ruim das ações da Vale e também pela instabilidade dos papéis da Petrobras.

No caso da mineradora, a notícia de que os preços do minério de ferro atingiram o menor nível desde setembro de 2009 afetou a cotação dos seus papéis. Além disso, a proximidade do inverno na China (hemisfério norte) não deve ajudar a elevar a demanda das siderúrgicas chinesas por minério importado, pois muitas minas do país já estão fechadas.

Os papéis preferenciais e ordinários da Vale fecharam o dia com queda.

A Petrobras também encerrou o dia em baixa, afetada pela indefinição em torno do reajuste do preço de combustíveis no país, afirma Sandra Peres, analista-chefe da Coinvalores. "Como diminuiu a defasagem por causa da redução do preço do petróleo no exterior, existe incerteza se a Petrobras vai fazer o reajuste. Na sexta-feira, o mercado estava esperando o anúncio, que não ocorreu", afirma.

"O reajuste deve sair, mas será pequeno, em torno de 4% a 5%. O ideal seria que o conselho de administração da empresa divulgasse a metodologia para os próximos reajustes de preço. Mas isso tiraria do governo um mecanismo de controle da inflação", ressalta.

As ações preferenciais da petrolífera encerraram o dia em baixa de 0,20%, a R$ 14,82. Já as ações ordinárias fecharam estáveis em R$ 14,25.

Por outro lado, as ações de bancos ajudaram a dar fôlego à Bolsa nesta terça-feira. As ações do Itaú Unibanco fecharam o dia com alta de 1,91%, a R$ 37,30. O banco reportou que teve lucro líquido de R$ 5,4 bilhões entre julho e setembro deste ano, valor 35,3% superior ao registrado no mesmo período de 2013. Em relação ao trimestre anterior, o avanço foi de 10,3%.

Ainda no setor bancário, o Santander Brasil também apresentou seu balanço nesta terça, com aumento de 7,9% no lucro do terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 536,829 milhões. As units (conjuntos de ações) do banco tiveram forte alta.

Os papéis do Banco do Brasil também subiram, impulsionados pelo resultado da BB Seguridade, que reportou lucro 50% maior no terceiro trimestre.

Os investidores também analisaram os dados de produção industrial no Brasil, que voltou a apresentar resultado negativo depois de dois meses de alta. Em setembro, a produção industrial do país caiu 0,2%.

A principal influência de queda foram os bens intermediários, responsáveis por pouco mais da metade da produção da indústria brasileira. A fabricação desses produtos recuou 1,6% em setembro sobre agosto.

No exterior, pesou a revisão do crescimento da zona do euro feito pela Comissão Europeia --órgão executivo da União Europeia. Segundo a comissão, a economia da zona do euro crescerá 0,8% neste ano, 1,1% no ano que vem e 1,7% em 2016 --nível que, segundo as projeções da Comissão há seis meses, seria atingido no ano que vem.


CÂMBIO

No mercado cambial, o dólar se valorizou em relação ao real. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,37%, a R$2,509, enquanto o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 0,20%, para R$ 2,505.

O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, através do leilão de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 197,8 milhões.

A autoridade iniciou nesta terça-feira o processo de rolagem dos contratos de swap cambial que vencem em 1º de dezembro de 2014.

O BC vendeu 9.000 contratos de swap, rolando cerca de 4,5% do lote total, que equivale a US$ 9,831 bilhões. Se mantiver esse ritmo até o penúltimo pregão do mês e vender a oferta integral sempre, como tem feito, a autoridade monetária vai rolar cerca de 80% do lote do mês que vem.