SÃO PAULO, SP - O Ministério Público Federal abriu ação criminal contra oito funcionários da Embraer acusados de pagar propina a membros do governo da República Dominicana em troca do fechamento de um contrato de US$ 92 milhões, de acordo com o jornal "The Wall Street Journal".
A denúncia criminal é fruto de ação conjunta com o Departamento de Justiça norte-americano e a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA.
De acordo com a reportagem, executivos da companhia brasileira pagaram propina de US$ 3,5 milhões para que um coronel aposentado da Força Aérea Dominicana pressionasse autoridades do país a aprovar a compra de oito aviões Super Tucanos.
O negócio foi concluído e as aeronaves entregues às Forças Armadas do país caribenho.
Os executivos da Embraer foram indiciados por corrupção em uma transação internacional -crime que prevê pena de até oito anos de prisão- e lavagem de dinheiro.
A POSIÇÃO DA EMPRESA
A Embraer é a terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo em vendas e emprega mais de 18 mil funcionários em fábricas no Brasil, na China, em Portugal, na França e nos Estados Unidos.
Procurada pela reportagem, a companhia disse, em comunicado, que não pode comentar "qualquer aspecto do caso".
"Uma vez que os fatos estão sob apuração no Brasil e nos Estados Unidos, a companhia não pode fazer comentários adicionais sobre qualquer aspecto do caso, inclusive em relação ao processo em andamento no Brasil, do qual não é parte."
A Embraer informou que desde 2011 está sendo investigada, em caso similar, por possíveis violações à legislação anticorrupção dos Estados Unidos.
A empresa afirma que tem tratado do assunto com a "absoluta seriedade".
Segundo a nota, desde que soube da investigação nos EUA, a Embraer contratou advogados especializados para conduzir uma investigação interna. A companhia diz estar cooperado com as investigações das autoridades.