IPCA-15 sobe 0,14% em agosto com reajustes na conta de luz

Autor: Da Redação,
quarta-feira, 20/08/2014
IPCA-15 sobe 0,14% em agosto com reajustes na conta de luz

RIO DE JANEIRO, RJ - Os últimos reajustes da energia elétrica impediram que o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, ficasse em um patamar menor em agosto.

O índice fechou o mês em 0,14%, ligeiramente abaixo dos 0,17% registrados em julho. Praticamente todo o resultado deu-se aos reajustes praticados na conta de luz.

Em 12 meses (6,49%), o IPCA-15 continua muito próximo do teto da meta do governo para a inflação deste ano que é de 6,5%.

No acumulado no ano, a média ficou em 4,32%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (20) pelo IBGE.

As tarifas de energia subiram, no mês, 4,25%, correspondendo a um impacto na média geral de 0,12 ponto percentual -ou seja, praticamente todo o índice do mês.

Foram registrados fortes reajustes da energia em Curitiba (23,85%), São Paulo (9,55%) e Belém (6,80%).

Já o grupo alimentação intensificou sua tendência de queda e registrou deflação de 0,32% -em julho o recuo havia sido de -0,03%. Desse modo, os alimentos compensaram a disparada do custo da energia. Ambos são importantes itens na despesa das famílias.

O resultado ficou abaixo do esperado por analistas. A maioria das instituições previa uma taxa de agosto do IPCA-15 entre 0,15% e 0,20%. A LCA Consultores estimava um índice um pouco menor: 0,13%.


ACELERAÇÃO

Apesar de ficar um pouco abaixo do previsto pelo mercado, o IPCA-15 mostrou uma aceleração frente ao IPCA (a inflação oficial) fechado de julho. Naquele mês, o IPCA surpreendeu e registrou uma taxa de apenas 0,01%, mostrando uma estabilidade dos preços e ficando bem abaixo do 0,40% de maio.

Foi o menor índice desde 2010, quando se registrou 0,01% em julho e 0% em junho. Ainda assim, a taxa acumulada em 12 meses pouco cedeu e passou de 6,52% em junho para 6,50% em julho.

Segundo analistas, os preços mais comportados são uma combinação de um consumo enfraquecido (o que impede altas mais vigorosas dos preços), a melhora do clima e a maior produção agrícola, o reduz o preço dos alimentos e também ajuda a conter o preço do etanol e da gasolina (que tem em sua mistura um quarto do biocombustível).

Apesar do cenário positivo para a inflação em junho e julho, analistas estimam que a inflação em 2014 ficará muito perto do topo da meta e não descartam um estouro.

O maior perigo são os reajustes da energia elétrica. No caso de São Paulo, por exemplo, apenas metade do reajuste autorizado pela Aneel foi captado pelo IPCA-15 -e ainda restam importantes regiões a corrigirem suas tarifas, como o Rio.