Agrishow é aberta com críticas a políticas de Dilma

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 28/04/2014





RIBERIRÃO PRETO, SP, 28 de abril (Folhapress) - Maior feira do agronegócio da América Latina, a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) começou hoje em Ribeirão Preto (313 km de São Pualo) com duras críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff.

As críticas foram feitas pela organização da feira, pela Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos) e pela SRB (Sociedade Rural Brasileira).

O presidente da feira, Maurilio Biagi Filho, disse que a presidente comete um equívoco ao não comparecer ao evento, "ainda mais como candidata à reeleição". Dilma informou na sexta-feira que não estaria em Ribeirão Preto.

Para Biagi Filho, que foi cotado para ser candidato a vice na chapa de Alexandre Padilha (PT) ao governo de São Paulo, a Agrishow é um "palco político" neste ano.

O senador tucano Aécio Neves, provável candidato à presidência, confirmou presença para quarta-feira.

"O julgamento dela [Dilma Rousseff] eu não sei qual é [para não comparecer à feira]. Talvez não tenha vindo porque aqui é uma região com presença muito forte da cana-de-açúcar e o pessoal do setor está muito bravo com ela", disse Biagi Filho.

O setor sucroalcooleiro afirma passar pela maior crise da história em consequência da política econômica adotada pela atual presidente. Nas últimas cinco safras, 44 usinas fecharam, 33 estão em recuperação judicial e ao menos dez não irão moer cana este ano.

O presidente da feira disse ainda que o país está no "caminho errado" e é preciso que algo novo aconteça para evitar que tenha mais problemas.

O presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, também criticou a política econômica do país. Para ele, a alta carga tributária impede os investimentos e o crescimento da indústria de base brasileira.

"A política dos últimos oito anos está acabando com a indústria de base brasileira. Temos que desonerar o investimento, nós vamos apoiar [na campanha eleitoral] quem tirar a carga tributária", disse.

Gustavo Junqueira, presidente da SRB, por sua vez, criticou a política econômica externa do país.

"Temos [no Brasil] uma cultura de hippie fazendo pulseirinha e querendo vender para todo mundo. Temos que produzir o que o mercado demanda, precisamos procurar novos mercados", disse.

A feira termina na sexta-feira e deve receber 170 mil visitantes. No ano passado, movimentou R$ 2,6 bilhões em negócios.