Força Sindical levará sardinhas a reunião de Mantega com empresários

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 10/03/2014





SÃO PAULO, SP, 10 de março (Folhapress) - Com 60 quilos de sardinhas e um mestre-cuca vestido à caráter, a Força Sindical fará uma manifestação amanhã na avenida Paulista (região central de SP) em frente ao Banco do Brasil, durante encontro do ministro Guido Mantega (Fazenda) com um grupo de representantes de 16 grandes empresas.

O protesto, a partir das 11h30, será para pedir a manutenção da política de valorização do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda.

Desde 2011 a tabela do IR tem correção anual de 4,5% -o índice tem ficado abaixo da inflação. Em 2013, por exemplo, o IPCA, a inflação oficial do país, ficou em 5,91%.

A central afirma que a tabela do IR acumula defasagem de 62% em relação à inflação desde 1996. Se esse índice de defasagem fosse aplicado à tabela atual, o limite de isenção mensal passaria dos atuais R$ 1.787,77 para R$ 2.896, ainda segundo cálculos da Força Sindical.

Salário Mínimo

João Carlos Gonçalves, secretário-geral da central, diz que um dos pontos que mais preocupam os trabalhadores é uma eventual revisão no cálculo do reajuste do salário mínimo.

A regra usada nos últimos reajustes determina que o mínimo seja calculado com base na variação do INPC do ano anterior mais o ganho real correspondente ao crescimento da economia (a variação do PIB) registrado em dois anos anteriores.

"Essa fórmula vale até 2015, mas há uma corrente que defende a mudança, justificando que essa fórmula cria um indexador que prejudica a economia. O que não é verdade, é o meio encontrado para repor as perdas para quem mais precisa: o trabalhador que ganha o salário mínimo", diz.

Peso-pesado

A reunião com o empresariado é uma tentativa de reaproximar o governo do setor produtivo, segundo mostrou reportagem da Folha de S.Paulo publicada hoje.

Esse grupo representa companhias que registraram receita bruta de R$ 538 bilhões em 2012. Na lista de participantes estão Murilo Ferreira (Vale), Jorge Gerdau (Gerdau) e Pedro Passos (Natura).

O encontro acontece após críticas feitas reservadamente pelo setor produtivo, questionando a equipe do governo Dilma, inclusive o próprio ministro Mantega. O empresariado reclama de não serem ouvidos e consultados, principalmente quando o governo cria medidas que afetam diversos setores.