Para FMI, receio com Grécia é exagerado

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 06/05/2010

O Fundo Monetário Internacional (FMI) rejeitou os receios de que a dívida da Grécia vai precisar ser reestruturada, argumentando que o ceticismo dos mercados é uma reação exagerada. O conselho do FMI deverá aprovar no domingo sua contribuição de 30 bilhões de euros ao pacote de resgate de 110 bilhões de euros oferecido para a Grécia, em conjunto com os países da zona do euro (que reúne as 16 economias que adotam o euro como moeda).

Os mercados têm demonstrado temor de que a Grécia declare default (calote) em sua dívida, o que poderia afetar negativamente outros países europeus que também enfrentam altos déficits. "Nós não achamos que um default está em questão, nesse sentido é possível dizer que talvez os receios sejam uma reação exagerada", disse Caroline Atkinson, diretora do FMI para relações externas.

"Nós elaboramos deliberadamente um pacote de suporte financeiro que dá à Grécia a capacidade para ficar fora dos mercados por mais de 18 meses, até 2012", disse Atkinson. Se a Grécia implementar as medidas de austeridade que os empréstimos exigiram, "o pacote de ajuste que soluciona tanto a questão fiscal como a questão da competitividade por meio de reformas estruturais vai colocar a Grécia em posição para pagar inteiramente suas dívidas".

Atkinson enfatizou a necessidade de a Grécia implementar as reformas para que o pacote de resgate seja eficiente e observou que o desembolso de recursos poderá ser limitado, caso o FMI ache que o país não está implementando inteiramente seus programas fiscais.

As preocupações têm sido exacerbadas por protestos na Grécia contra as medidas de austeridade que se tornaram violentos. Atkinson afirmou que os protestos são compreensíveis dados os sacrifícios fiscais necessários, mas disse que a violência é deplorável.

A autoridade do FMI rejeitou a ideia de que a instituição estaria considerando aumentar os recursos oferecidos à Grécia. Atkinson também pediu que países como Espanha e Portugal - economias que muitos participantes do mercado temem que podem ser as próximas na fila da crise fiscal - implementem suavemente pacotes de reforma fiscal para evitar que os problemas se espalhem na União Europeia. As informações são da Dow Jones.