Corte no orçamento será de até R$ 15 bi, diz Mantega

Autor: Da Redação,
sábado, 06/07/2013
Corte no orçamento será de até R$ 15 bi, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou nesta sexta-feira que o governo federal vai contingenciar até R$ 15 bilhões em despesas previstas no orçamento deste ano. O novo corte - que se somará aos R$ 28 bilhões bloqueados desde o fim de maio - deve ser anunciado na semana que vem, e vai reforçar o "pacto pela responsabilidade fiscal", um dos cinco compromissos propostos pela presidente Dilma Rousseff há dez dias, como resposta às manifestações populares.

Mantega disse que o corte "ficará abaixo" de R$ 15 bilhões, e que ainda não está pronto para ser anunciado. As informações foram antecipados pela reportagem na quinta-feira. O governo está preocupado com a insistente alta de preços no País, e busca auxiliar o Banco Central no controle da inflação.

Neste sentido, o ministro aproveitou para afirmar que a equipe econômica de fato estuda a redução das alíquotas do imposto de importação (II) sobre insumos industriais, como aço, vidro, painéis, fertilizantes e produtos químicos. Esses itens tiveram uma proteção tarifária concedida pelo governo federal em setembro do ano passado. Na ocasião, o ministro da Fazenda afirmou publicamente que o benefício poderia ser retirado caso os fabricantes nacionais aproveitassem a brecha para elevar preços.

"Nós tínhamos combinado que os preços não seriam aumentados. Mas, de setembro do ano passado para cá, dois fenômenos ocorreram", disse Mantega. "Alguns elevaram preços, de fato. E o segundo fenômeno foi a mudança na política monetária dos Estados Unidos, que está desvalorizando o real."

De acordo com Mantega, a mudança na cotação do dólar - que saiu de um patamar inferior a R$ 2,00 em setembro para R$ 2,26, ontem - cria uma "defesa natural" aos produtores brasileiros. "Vamos observar o comportamento do dólar, e vamos diminuir o imposto de importação de forma proporcional a essa subida do dólar. Caso contrário, poderá ter aumento da inflação", explicou.