Índice usado em cálculo de salário mínimo e aposentadoria sobe quase 7% em 12 meses

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 05/07/2013





Por Mariana Sallowicz

RIO DE JANEIRO, RJ, 5 de julho (Folhapress) - O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação das famílias de rendimento menor (até cinco salários mínimos), teve alta de 6,97% nos últimos 12 meses encerrados em junho.

A forte alta do índice pode resultar em pressão sobre os gastos do governo. O salário mínimo é reajustado de acordo com o INPC do ano anterior mais o crescimento do PIB de dois anos atrás. Em 2013, a alta foi de quase 9%, sendo que o aumento ocorre no primeiro dia do ano.

Já as aposentadorias acima do piso têm reajuste correspondente à correção do INPC.

O percentual ficou acima da variação de 6,70% no período do índice oficial de preços, o IPCA -são consideradas nesse caso as famílias com renda de até 40 mínimos.

No mês passado, a alta do INPC, que também é frequentemente utilizado em negociações de reajustes salários, foi de 0,28%. No ano, a oscilação é de 3,3%.

"É um índice relativamente alto, próximo a 7%, e poderá pressionar as contas do governo", afirma Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de preços do IBGE.

A previsão é que o deficit da Previdência neste ano seja de R$ 41,8 bilhões para fechar os gastos com o pagamento de pensões e aposentadorias do INSS.

Para 2050, o rombo é estimado em R$ 909 bilhões, 5,68% do PIB previsto para o ano (R$ 16 trilhões).

Vários programas sociais e benefícios são reajustados com base no valor do mínimo.

Maiores Pesos

Por medir a inflação das famílias de menor rendimento menor, a alta dos alimentos nos últimos meses pesou no índice dos 12 meses, segundo Eulina. O orçamento desse grupo é mais comprometido com esses custos. Durante 2013, a alta dos alimentos e bebidas ficou em 6,12%.

No mês, houve deflação dos alimentos, mas a pressão maior veio dos reajustes das tarifas de ônibus urbanos, que após os protestos no país foram cancelados em diversas cidades.