Meirelles diz que Brasil deve crescer mais que o previsto pelo FMI

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 22/04/2010
Presidente do BC disse não ter lido relatório que acusa superaquecimento da economia

O presidente do BC (Banco Central), Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira (22) que não leu o relatório onde o FMI (Fundo Monetário Internacional) acusa a economia brasileira de estar “superaquecida”, mas citou trechos do mesmo documento que faz uma previsão sobre a economia brasileira.

- Não li o relatório, mas vou ler no avião a caminho de Washington [...]. O FMI prevê crescimento de 5,5%, mas o BC projeta 5,8%.

No documento da Divisão de Estudos da Economia Mundial do FMI, o fundo acusa o país de ter um consumo da população mais forte que os outros países da América Latina.  Para o FMI, o dado é um sinal vermelho, com a possibilidade de uma diminuição dos estímulos, como a redução dos impostos - caso do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) - e expansão do crédito (empréstimos).

Em relação à projeção de inflação, que sempre acompanha as estimativas positivas de crescimento,  Meirelles afirmou que o BC “detém os instrumentos necessários de controle da inflação”, mas evitou citar um aumento da taxa de juros, a Selic, na próxima semana. Atualmente, os juros estão no patamar mais baixo da história, em 8,75% ao ano. A estimativa é que a taxa seja elevada para 9,5%.

Sobre a possibilidade de um crescimento de um fundo global para as transações financeiras, também citado no relatório, Meirelles afirmou que a criação da taxa está descartada no Brasil e disse que “cada país tem que analisar da maneira que fizer sentido”.

- No Brasil, nós já temos um sistema financeiro equilibrado. Na última crise, o sistema financeiro não demandou um centavo do governo. Cada país tem que analisar da maneira que fizer sentido. Certamente vamos olhar com atenção, mas não vamos criar outra taxa.