Banco do Brasil compra 51% das ações de banco argentino

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 22/04/2010
Jorge Stuart Milne e Aldemir Bendine assinaram documentos em Buenos Aires

O Banco do Brasil comprou 51% das ações do banco Patagônia, da Argentina. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, em Buenos Aires, pelos presidentes da instituição brasileira, Aldemir Bendine, e do Patagônia, Jorge Stuart Milne.
 

Assessores do banco argentino informaram à BBC Brasil que a compra das ações, no valor de US$ 479,66 milhões, foi negociada durante vários meses.
 

De acordo com dados do próprio banco, o Patagônia possui 2.718 empregados, 776 mil clientes e fechou o ano de 2009 com ativos de cerca de U$S 2,5 bilhões, créditos de US$ 1,1 bilhão e depósitos de aproximadamente de US$ 1,7 bilhão.
 

O banco possui 154 agências, principalmente na província de Buenos Aires e Rio Negro, atendendo pequenas e médias empresas e pessoas físicas.
 

Um levantamento oficial divulgado pela própria instituição nesta quarta-feira informa que o Patagônia é o 13º do país num ranking de bancos públicos e privados instalados na Argentina.
 

O banco Patagônia é o sexto entre os de capital nacional da Argentina. E, de acordo com comunicado da instituição, os ex-proprietários destas ações, Jorge Stuart Milne, Ricardo Stuart Milne e Emilio González Moreno, continuarão sendo acionistas do banco.
 

Na apresentação, em Buenos Aires, autoridades das duas instituições destacaram que a confirmação da operação depende ainda dos Bancos Centrais do Brasil e da Argentina e da assembleia de acionistas do Banco do Brasil.
 

Ações em alta
 

As ações do Patagônia registraram alta nesta quarta-feira diante da expectativa do anúncio do acordo sobre a venda.
 

"O anúncio é um fato importante para o setor bancário e para o país. Demonstra que os preços de alguns ativos argentinos continuam atrativos para capitais estrangeiros", disse Hernán Labrone, analista da Fênix Companhia Financeira, em Buenos Aires.
 

Num comunicado, o Banco do Brasil informou que o pagamento será feito "em forma de parcela", sendo 5% do total depositado no momento da assinatura do contrato e 35% na apresentação do registro das ações na Caixa de Valores S.A., de Buenos Aires. O saldo restante será pago em quatro parcelas.
 

No comunicado, o Banco do Brasil ainda informa que o Patagônia foi atraente por ter sucursais em toda a Argentina.
 

O Banco do Brasil destaca ainda que entre seus objetivos está o de ampliar a atenção entre empresas brasileiras e argentinas e atender as transnacionais brasileiras instaladas no país vizinho.
 

Levantamentos recentes indicaram que as companhias brasileiras representam os maiores investimentos estrangeiros diretos na Argentina, após a histórica crise vivida pelo país em 2001. O Banco do Brasil existe na Argentina desde 1960, mas é a primeira vez que aumenta fortemente sua presença no local.