Com preços congelados, governo veta propaganda de supermercados

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 07/02/2013





Por Sylvia Colombo

BUENOS AIRES, ARGENTINA, 7 de fevereiro (Folhapress) - O secretário de Comércio Interior argentino, Guillermo Moreno, proibiu as cadeias de supermercados de anunciarem nos jornais de circulação nacional, assim como nas TVs e nas rádios.

A medida visa reforçar o congelamento de preços pretendido pelo governo e pelas cadeias, a vigorar até o dia 1º de abril.

A decisão foi tomada depois de a Argentina ser repreendida pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), que ameaça tirar o país do organismo caso este não torne suas estatísticas mais confiáveis e transparentes.

O Indec (IBGE argentino) divulga um índice de inflação (10%) muito abaixo do que estimam as consultorias privadas (25% a 30%).

A Federação Argentina de Supermercados (FAS) disse que há risco de desabastecimento, pois as lojas podem reter produtos esperando poder aumenta-los em abril.

Ontem, o ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, responsável pela retomada da economia argentina nos anos 2000, criticou as tentativas do governo de impedir aumentos. "Trata-se de gerar uma sensação de estabilidade por dois meses de tal maneira que as negociações salariais fechem em 20%. Em abril, os preços voltam a ajustar-se, mas dirão aos sindicados que não poderão mais pedir aumentos", afirmou.

Por outro lado, na noite de anteontem, o Congresso aprovou um aumento de 21% a deputados e senadores, acima do que vem propondo aos sindicatos.

Os grêmios opositores se manifestaram em protesto e anunciaram que, em março, realizarão marchas contra as medidas do governo.