Índice de inflação em janeiro é o mais alto para o mês desde 2003

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 07/02/2013





RIO DE JANEIRO, RJ, 7 de fevereiro (Folhapress) - O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial de inflação do país, fechou o mês de janeiro com alta de 0,86%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se do maior nível para o mês desde 2003 e o mais alto índice mensal desde abril de 2005.

Em dezembro, a taxa havia ficado em 0,79% fazendo o índice fechar o ano em 5,84%. No período acumulado em 12 meses até janeiro, o IPCA registra avanço de 6,15% e se aproxima do teto da meta oficial de inflação, de 4,5%, com margem de dois pontos para cima e para baixo.

A taxa só não ficou mais pressionada graças à deflação de 0,20% do grupo habitação devido ao recuo da tarifa de energia elétrica, que ficou 3,1% mais barata.

Chuvas e alimentos

Dentre os itens do grupo alimentação, as maiores pressões vieram do tomate, com alta expressiva de 26,15% apenas no mês de janeiro. O excesso de chuvas afetou ainda outros produtos in natura, que também subiram com força, como batata (20,58%), cebola (14,25%) e hortaliças (10,86%). Também cresceram os preços do frango (4,75%) e das carnes (1,16%), importantes itens na cesta de consumo das famílias.

Diante desses aumentos, o grupo alimentação registrou também a maior alta desde 2003 para os meses de janeiro.

Ônibus adiado e transportes

O IPCA só não ficou mais pressionado em janeiro e superou a "barreira psicológica" de 1% em razão da ação do governo federal junto aos governos municipais do Rio de Janeiro e São Paulo para não reajustarem as tarifas de ônibus em janeiro, como estava programado.

O receio do Planalto era alimentar expectativas de altas futuras, o que leva empresários a anteciparem reajustes e turbinarem a inflação.

Sem o reajuste dos ônibus nas duas principais capitais, o grupo transportes subiu 0,75% em janeiro, repetindo a taxa de dezembro.

Ainda assim, a taxa ficou pressionada devido ao aumento de 1,41% de automóveis novos, com a retirada gradual do desconto do IPI reduzido. Também puxou a taxa do grupo para cima as altas de ônibus intermunicipais (2,84%).

Embora ainda com preços em expansão (de 5,15%), as passagens áreas aumentaram menos do que em dezembro (17,2%) e contribuíram para conter a elevação do índice do grupo transportes.