Wall Street opera em alta mesmo após dado ruim sobre expectativa econômica

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 16/09/2011

A Bolsa de Valores de Nova York ampliou levemente os ganhos na tarde desta sexta-feira, após iniciar o pregão quase estável, superando um dado ruim sobre a expectativa do consumidor em relação à economia americana, divulgado pela Universidade de Michigan.

Às 16H10 GMT (13H10 de Brasília), o Dow Jones operava em alta de 0,51%, aos 11.477,34 pontos, e o termômetro da tecnologia, Nasdaq, subia 0,32%, aos 2.615,59 pontos.

A bolsa abriu estável na sexta-feira, após quatro sessões consecutivas de alta, com os investidores começando a demonstrar prudência em relação à reunião de ministros de Finanças europeus, mas indicando ao mesmo tempo maior otimismo em relação à Europa, o que tem sido decisivo para o desempenho dos papeis.

Além da reunião sobre Europa, a volatilidade desta sessão tem sido particularmente estimulada pelo vencimento simultâneo de contratos futuros sobre índices de ações e de opções sobre índices e ações, disseram analistas de mercado.

Entre os indicadores do dia, a Universidade de Michigan informou que o índice de confiança dos consumidores subiu em setembro, mas a expectativa dos americanos em relação ao futuro da economia no país caiu a seu menor nível nos últimos 31 anos.

O índice de confiança do consumidor, que em agosto alcançou seu nível mais baixo desde novembro de 2008, subiu 2,1 pontos, a 57,8, conforme estimativas prévias de setembro. Os analistas esperavam um índice um pouco mais baixo, de 56,3.

Já o índice de expectativas do consumidor recuou de 47,4 para 47, atingindo o menor nível desde maio de 1980.

Segundo os especialistas, os consumidores têm se mostrado cada vez mais pessimistas com relação à recuperação econômica americana e têm ampliado os temores de que o país entre novamente em recessão.

Também a confiança nas políticas econômicas permaneceu próxima aos menores níveis da história, devido principalmente à disputa entre democratas e republicanos para conseguir ampliar o teto da dívida.

A previsão de inflação no horizonte de 12 meses, segundo a Universidade de Michigan, é de 3,7% e, em cinco anos, de 3,0%.

Outro importante dado divulgado hoje foi a redução da dívida das famílias americanas pelo terceiro ano consecutivo, conforme informou o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos).

O nível de endividamento dos lares caiu durante a primavera pelo décimo segundo trimestre consecutivo, recuando 0,6% em relação ao primeiro trimestre, para 13,298 trilhões de dólares no dia 30 de junho, disse o Fed.

O índice é o menor desde que começou a se manifestar esta tendência de cortes de dívidas desde o verão de 2008, pouco antes da crise dos créditos hipotecários de alto risco (subprime).

A atenção dos investidores segue em alta tanto em relação à economia americana quanto à eurpeia. Após a reunião entre ministros desta sexta-feira, o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, afirmou estar inquieto pelo "conflito entre os governos e o Banco Central Europeu (BCE)" diante da crise da dívida e advertiu contra uma ameaça de defaults "em cascata" de países da zona do euro.

"É uma pena constatar (...) o conflito entre os governos e o Banco Central Europeu. Todos devem trabalhar de forma conjunta (...) com o objetivo de evitar riscos catastróficos para os mercados financeiros", declarou à margem de uma reunião informal de ministros da Economia da União Europeia, realizada em Breslávia, na Polônia.

Geithner prometeu a ajuda dos Estados Unidos à Europa para sair da crise da dívida. "É preciso evitar a ameaça de defaults em cascata dos países da zona do euro".